As lápides representam a tentativa de permanência, o recado para a posteridade.
E podem representar muito mais. O interesse dos historiadores por esse tipo de legado é corrente em diversas correntes historiográficas. Elas são, inegavelmente, fonte; registro palpável de dados e de vontades e idéias pretéritas. Fonte de história local, das mentalidades e inclusive outras vertentes.
A história local assume particular premência num tempo marcado por uma crescente globalização e propensão para a massificação e uniformização cultural, em que urge desenvolver a consciência do valor da História e do patrimônio enquanto marcas da herança cultural coletiva. Neste sentido, a história local propõe-se desenvolver e enquadrar estudos no âmbito da história regional e nacional.
A Arqueologia insere-se na vocação matricial da história local, desde sempre ligada aos estudos epigráficos e à necessidade de assegurar enquadramento técnico e científico adequado ao tratamento, conservação e estudo do vasto patrimônio arqueológico local em geral e de Ouro Preto, no nosso caso. Tem como objetivos centrais o desenvolvimento de projetos de inventário de patrimônio material, móvel e construído e de tratamento museológico, assumindo uma vocação para a prestação de serviços a entidades públicas e particulares, incluindo a atividade econômica do turismo dentre seus objetivos, sem priorizá-lo nem secundá-lo em sua relevância.
Elegi para este trabalho, como documento a ser analisado, a lápide de I.F.C. e outras que circundam a igreja de Nossa Senhora das Mercês dos Perdões, em Ouro Preto.
Públio Athayde
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