A regeneração periférica é um fenômeno intrincado que envolve diferentes tipos celulares, dentre os quais as células de Schwann são os componentes celulares não neurais mais importantes. Após a lesão periférica, as células de Schwann proliferam e, juntamente com os macrófagos, participam na fagocitose dos fragmentos de mielina e dos axônios em degeneração.
Essas auxiliam na orientação axonal em direção ao órgão alvo através da formação das bandas de Büngner. Ainda, atuam no rearranjo dos componentes da matriz extracelular do microambiente do nervo lesado, bem como na produção de vários fatores neurotróficos, entre eles, o fator neurotrófico do nervo (NGF), fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), fator neurotrófico de crescimento ciliar (CNTF), visando à manutenção, desenvolvimento e regeneração dos neurônios após a lesão.
As lesões nervosas que acometem no nervo periférico podem ser resultado de traumas como esmagamento, transecção parcial ou completa do nervo. Quando ocorre a transecção completa do nervo, há a perda de continuidade e forma-se uma fenda entre o coto proximal e o coto distal. No sentido de reparar-se o nervo lesionado, foram desenvolvidas diversas técnicas, incluindo-se o emprego de autoenxertos, próteses tubulares não absorvíveis e inertes (polietileno) e biorreabsorvíveis (biomateriais). Essas últimas têm a vantagem de sustentarem o inicio do processo regenerativo, orientando o brotamento axonal em direção ao coto distal, além de serem degradadas à medida que o nervo cresce em diâmetro. Podem ainda ser confeccionadas com as dimensões, formatos e porosidade desejados.
Amauri Pierucci
amauri_pierucci[arroba]hotmail.com