O presente trabalho teve como principal objetivo verificar a adequação dos professores da rede pública ao novo ensino fundamental de nove anos e as implicações pedagógicas decorrentes da incorporação de alunos com seis anos de idade. Verificamos que a história do fracasso escolar acompanha a história da escola pública. Ao longo dos anos, em diferentes momentos, os governantes, através de seus representantes da área da educação, promoveram diversas leis com a intenção de reduzir ou mascarar os índices de fracasso dos seus alunos, sem, no entanto, envolverem em suas elaborações aqueles que no exercício de suas funções irão concretizar essas propostas. Constatamos que a determinação da nova lei não garantiu, nem mesmo possibilitou mudanças nas práticas pedagógicas, os novos alunos que iniciam a escolarização formal obrigatória aos seis anos, ainda são inseridos em uma concepção tradicional de ensino, onde prevalece a visão da transmissão passiva de conhecimentos e não da construção de aprendizagens, como propõem as idéias construtivistas. Desta forma, estes alunos continuam sendo encaminhados para avaliação psicológica por serem considerados portadores de inúmeras „faltas? para alcançarem a aprendizagem esperada por estes professores. Este trabalho traz como resultado a constatação destes problemas apontados, mas, também, a certeza de que tais questões precisam ser enfrentadas em todos os âmbitos: na escola, na família, pelos governantes responsáveis pelas políticas educacionais que regem a escolaridade no país. Esperamos, assim, que esta reflexão sirva como indicador dessa necessidade.
Elisabeth Morales Brambila Santos Beth
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