A pesquisa focaliza fazer um breve resumo histórico da enfermidade lepra, mas abordaremos principalmente o cotidiano dos hansenianos no estado do Amapá nos anos de 1970 á 1983. A partir de testemunhos orais, documentos escritos, com auxílio de fontes bibliográficas sobre o tema em questão, a monografia buscará esclarecer quais normas norteavam a vida dos hansenianos na cidade de Macapá e como isso influenciou no seu cotidiano. Os resultados apontam que em alguns aspectos o estado do Amapá teve suas particularidades na história da doença no Brasil por ser um dos estados mais atrasados a tomar medidas de contenção da doença “Lepra”. A pesquisa, portanto revela timidamente a ação do governo, resultando assim, o surgimento de medidas mais intensivas tomadas por instituições filantrópicas à assistência na vida dos doentes na cidade. A vida dos hansenianos permeava em duas vias de mão-dupla, de um lado o cotidiano conflituoso com a sociedade pelo preconceito e do outro o amparo médico-social das instituições filantrópicas.
Palavras-chaves: Hanseníase, estigma, histórico, entidades públicas e filantrópicas.
Discutir a lepra é remontar aspectos intrigantes da doença, aspectos estes enraizados no conceito histórico e social da moléstia no seio da sociedade, abrangendo diferentes povos ultrapassando as linhas do tempo e espaço. As atitudes de medo, pavor, intolerância, ignorância durante muitos séculos deram uma força indescritível ao imaginário dos homens, impulsionando um processo de conflitos de dois grupos “sãos” e “leprosos” ou “hansenianos” que ultrapassou gerações e fronteiras.
É importante tratar este tema por diversos motivos, mas o que interessa a este trabalho é trazer à tona os significados tanto histórico e social que envolve a doença, compreender o comportamento e reações da sociedade frente a riscos e perigo extremo no seu modo de ver, entender que além do ponto de vista médico-clínico a doença envolve-se no emaranhado de teias de sentidos e conceitos que produzem reações extremas no meio da sociedade devido às incapacidades físicas que lesionam a pessoa, causando como nenhuma outra doença na história, uma representação depreciativa do enfermo num longo processo de duração.
Maria Alessandra Dos Santos Souza
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