O centro da geografia económica brasileira variou de posição ao longo dos séculos, em função dos diversos ciclos de produção-exportação de produtos primários. Pelo que, foi apenas no século XIX que São Paulo, graças à importância do cultivo do café, começou a ganhar a relevância que actualmente tem a nível económico e demográfico no Brasil.
Porém foi apenas nas décadas de 30 e, principalmente, de 50, que São Paulo (e a sua Região Metropolitana) surgiu como o principal pólo industrial do Brasil. Foi precisamente o “Plano de Metas” do Presidente Juscelino Kubitschek que, na década de 50, levou à introdução massiva de indústrias transformadoras, com destaque para a indústria automóvel, na periferia industrial localizada a sudoeste de São Paulo conhecida como ABCD e correspondente aos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
São Paulo é a maior metrópole da América Latina e uma “Cidade Global”, nomeadamente se considerarmos as suas infra-estruturas modernas, a oferta de serviços de padrão mundial e a concentração de funções de coordenação e comando associadas a empresas transnacionais. Não obstante, é também a “Metrópole das Desigualdades”, com um processo de urbanização caótico, um parque habitacional maioritariamente degradado e com elevados índices de pobreza e exclusão social.
Bruno Miguel Pereira Marques
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