Atualmente questões sobre o envelhecimento saudável têm sido um tema recorrente entre os meios de comunicação, desde as específicas para profissionais da saúde até novelas, abrangendo assim a população de modo geral. Sendo assim, refletir e discutir sobre o processo de envelhecimento, torna-se uma questão fundamental também para o campo da terapia familiar considerando que esta etapa da vida envolve temas como a velhice, o adoecimento e a morte, presentes no núcleo familiar destes idosos. As doenças degenerativas, também conhecidas como demência, provocam um grande impacto no idoso e nas relações familiares. O alto grau de comprometimento leva a um intenso sofrimento que abala a estrutura familiar. Entre os diversos tipos de demências, a Doença de Alzheimer (D.A.) é a que vem recebendo maior destaque devido o seu grau de severidade. Trata-se de uma doença neurológica degenerativa, progressiva e de cura ainda desconhecida.
Acreditamos que, com este estudo, poderemos contribuir para a ampliação do tema, mais especificamente na área de saúde da família. O objetivo será investigar e avaliar o impacto e as mudanças ocorridas nas relações de familiares de pacientes portadores de Doença de Alzheimer. Através da Teoria Sistêmica, podemos observar e refletir sobre este impacto e sua influência nas relações intrafamiliares.
Escolhemos utilizar o método qualitativo pois a pesquisadora é membro atuante do grupo no qual foram selecionados os sujeitos para estudo. Trata-se de um grupo aberto, coordenado por duas psicólogas e uma pedagoga, voluntárias e 26 (vinte e seis) familiares/cuidadores que estão diretamente envolvidos com os pacientes.
Foram selecionados 4 (quatro) participantes que sustentaram o método de nosso estudo. Como instrumento, escolhemos utilizar os depoimentos destes participantes, registrados em um livro ATA. Os relatos escolhidos fazem referência às questões relativas ao cuidado com o paciente, bem como, os aspectos envolvidos nas relações entre cuidadores e outros familiares do portador de D.A.. Observamos que a negação é a primeira reação da maior parte dos cuidadores e familiares. As fantasias sobre morte e adoecimento fazem parte do cotidiano destas pessoas, podendo levar a desmotivação e a falta de controle quando não elaboradas. O suporte para o enfrentamento da morte lenta e constante do portador de D.A. se faz necessário para compreensão da doença, preparação para lidar com o portador e com o próprio sofrimento, bem como, para a multiplicação de informação, apoio e troca entre os envolvidos.
Palavras-chave: Envelhecimento, Demências, Doença de Alzheimer, Cuidador, Relações Familiares.
Marcia Limeira
mlimeiradourado[arroba]yahoo.com.br