A Península do Mussulo, é uma zona com extensa baía e praias, que são procuradas pelos banhistas todos os dias, principalmente aos fins-de-semana, para fins lúdicos. A sua importância económica, e a sua geografia, faz com que tanto o interior da restinga como a baía, sejam destino de muitas obras de construção civil com variadas finalidades. É também um possível destino final de muitas substâncias químicas associadas a actividades humanas na área de Luanda. No presente trabalho foi efectuada uma caracterização dos sedimentos da baía do Mussulo. Para o efeito foi feita uma caracterização granulométrica e determinação da mineralogia (amostra total e fracção argilosa) e dos teores de alguns elementos químicos.
O quartzo e o feldspato são os minerais mais comuns, apresentando maiores proporções na zona norte da baía. Na zona sul destaca-se a presença em maiores quantidades de halite e gesso. No que respeita à fracção argilosa, ela apresenta, gesso, argilas expansivas e caulinite como os minerais mais comuns. O gesso é particularmente comum na zona meridional da baía e a caulinite na zona setentrional. A distribuição espacial dos vários parâmetros analisados mostra que o zinco, ferro cobre e manganês apresentam teores mais elevados na região setentrional da baía e estão associados às fracções granulométricas mais finas. O cálcio e o magnésio têm predominância na região meridional, onde as fracções granulométricas mais grosseiras estão melhor representadas.
Algumas correlações entre os parametros sugerem a ocorrência de contaminação em zinco, ferro, cobre e manganês na zona setentrional da baía; na zona sul ocorre um ambiente mais condicionado por precipitação química/bioquímica sob condições naturais. A análise de componentes principais também sugere que algumas concentrações de zinco, ferro cobre e manganês podem estar relacionadas com contaminação humana.
Mario Zaldivar
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