A Hanseníase é uma doença muito antiga, com aproximadamente 3000 a 4000 anos infecto-contagiosa e de curso crônico. É causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, bactéria intracelular obrigatória, com afinidade por células dos nervos periféricos e cutâneas. Existem duas formas polares e dois tipos de hanseníase: quanto às formas pode ser Tuberculóide e Virchowiana ou Lepromatosa, e aos tipos Indeterminado e Dimorfo. O Brasil ocupa o 2º lugar do mundo em número absoluto de casos e o 1º país da América latina em prevalência e detecção de novos casos. A vigilância de contatos tem a função de realizar a busca ativa dos contatos, diagnóstico precoce, tratamento e prevenção, contribuindo para a interrupção da cadeia de transmissão e melhor controle da endemia. Este é um estudo retrospectivo, que tem por objetivo avaliar a situação epidemiológica e o controle da hanseníase em contatos de pacientes tratados na Unidade de Saúde (US) de Maruípe entre 2005 e 2010. As informações foram obtidas a partir das fichas de controle de contatos, e registradas em planilha. Foram avaliadas 1333 registros de contatos. As principais características demográficas observadas foram: idades entre 01 e 15 anos, sexo feminino e serem filhos e/ou enteados dos pacientes. Houve média de 152,84 vacinações BCG por ano estudado. Detectou-se taxa de 1,57% de contatos contaminados, com maior porcentagem em mulheres entre 46 e 55 anos. A principal forma clínica diagnosticada entre os contatos contaminados foi a tuberculóide (50%). Dentre os casos índices relacionados à contaminação de contatos, a forma dimorfa foi a mais prevalente, representando 54,54%. Os resultados mostram que foram intensificadas as ações da vigilância de contatos, mas ainda assim, os profissionais do Serviço devem se manter atentos à manutenção da qualidade dessas ações.
Beatriz Módolo De Matos
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