região artica e antártica
Quase todo o território antártico está coberto por uma enorme camada glacial, ou inlandsis, de dois mil metros de espessura média e com um volume de trinta milhões de quilômetros cúbicos, o que constitui noventa por cento dos gelos terrestres. Essa camada se prolonga mar adentro, formando enormes barreiras glaciais como as de Ross (no mar do mesmo nome), Ronne e Filchner (no mar de Weddell), Larsen (na península Antártica) e Amery (na costa que dá para o Índico). A camada de gelo que recobre o continente dificulta o conhecimento direto de sua geologia e morfologia, o que tornou necessário o emprego de métodos avançados de detecção ecográfica.
A maior parte do continente, sobretudo o setor oriental, é constituído por um escudo pré-cambriano recoberto de sedimentos das eras paleozóica e mesozóica. Esse escudo fez parte do antigo continente austral de Gonduana até o fim da era mesozóica e o início da cenozóica, quando a deriva continental fez com que a placa antártica se separasse da América do Sul, da África, da Índia e da Austrália, deslocando-a até sua posição atual. O subcontinente ocidental é constituído de materiais mesozóicos e cenozóicos, fraturados e dobrados em conseqüência da orogenia alpino-andina -- recente, portanto.
Sem a calota glacial, que começou a se formar há cerca de cinqüenta milhões de anos, no período terciário, a Antártica seria um continente muito mais baixo (aproximadamente 450 ou 500m de altitude média) e grande parte de seu