as indulgencias e os protestantes
No final da Idade Média, os imperadores alemães eram eleitos por um pequeno colégio eleitoral composto de sete integrantes: três arcebispos (de Mainz, Trier e Colônia) e quatro nobres (o conde palatino do Reno, o duque da Saxônia Eleitoral, o margrave de Brandemburgo e o rei da Boêmia). Esse sistema havia sido estabelecido por um decreto datado de 1356. No início do século 16, ao se realizar uma dessas eleições, uma das famílias nobres participantes do colégio eleitoral (os Hohenzollern) teve a ideia de se apossar de um dos arcebispados, o de Mainz ou Mogúncia, que estava vago. O escolhido para tal cargo foi Alberto de Brandemburgo, irmão do referido margrave. Todavia, ele não tinha a idade mínima necessária para isso e assim foi necessário obter uma autorização especial do papa.
Essa autorização custou elevada soma, pois Leão X precisava de recursos para construir a Catedral de São Pedro. O dinheiro foi obtido mediante empréstimo dos banqueiros Fugger, de Augsburg, a uma exorbitante taxa de juros. Para pagar o empréstimo, o novo arcebispo Alberto recebeu do papa o direito de vender indulgências, sendo que metade dos lucros iria financiar a construção da catedral romana. O arcebispo confiou a tarefa ao melhor vendedor que pôde encontrar -- o dominicano João Tetzel. Um de seus “jingles” promocionais dizia: “Logo que a moeda na caixa ecoa, uma alma do purgatório para o céu voa”. Tetzel cumpriu sua missão de modo eficiente e dramático, impressionando