Vaca profana: o sacrilégio de um eco inconformista
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VACA PROFANA: O SACRILÉGIO DE UM ECO INCONFORMISTARESUMO
Desconstrução e Reconstrução. Esta é a perspectiva que fortalece o presente trabalho, cujo objetivo busca analisar, a partir da teoria Semiótica Greimasiana, o discurso presente na música “Vaca Profana”, escrita pelo músico e compositor brasileiro Caetano Veloso. A proposta é efetuar uma análise semiótica sincrética das linguagens contidas no texto, esboçando as primeiras linhas do simulacro presente no objeto de pesquisa, que serve como sintoma e reflexo desse processo.
1. DISCURSO INTRODUTÓRIO
Antes de esmiuçar o processo de decodificação proposto por esta pesquisa, é relevante apresentar algumas características que reforçam o olhar semiótico sob o objeto analisado. …exibir mais conteúdo…
(DIETRICH, 2003). A estratificação do universo semiótico contido em “Vaca Profana” tutela explanar, mesmo que superficialmente, estas características, pois seria imprescindível estudar letra e todos os componentes que envolvem qualquer processo de composição, seja ele destinado à canção popular ou erudita, (...) “pois os textos só fazem parte de musicalidades quando ritmos, melodias e harmonias são explorados. Caso contrário, os percursos se reduzem a Biografia e os versos permanecem Literatura, sendo os estilos musicais pensados abstratamente” (SILVA, 2002, p. 106.).
Como fenômeno extremamente complexo e múltiplo, o discurso proposto pelos semioticistas da Escola de Paris analisa o “todo de sentido” que, neste caso, encontra-se abaixo registrado:
Vaca Profana (música e composição de Caetano Veloso)
Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da man...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas
Segue a "movida Madrileña"
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Paus, Punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horiz...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche