Serra do Espinhaço Meridional: um orógeno de colisão do Mesoproterozóico

12405 palavras 50 páginas
Revista Brasileira de Geociências

Pedro Angelo Almeida Abreu e Friedrich Ewald Renger

32(1):1-14, março de 2002

SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL: UM ORÓGENO DE COLISÃO DO
MESOPROTEROZÓICO

PEDRO ANGELO ALMEIDA-ABREU1 & FRIEDRICH EWALD RENGER2

RESUMO A Serra do Espinhaço Meridional (SdEM) é edificada sobretudo por rochas paleo/-mesoproterozóicas do supergrupo homônimo. Reúne rochas sedimentares e vulcânicas do Grupo Guinda depositadas entre 1750 e 1700 Ma em domínio continental. A fragmentação crustal gerou uma margem continental passiva, registrada pelas rochas sedimentares (inclusive formações ferríferas bandadas) e vulcânicas do
Grupo Serro, que foi invertida tectonicamente de 1.5 a 1.3 Ga. O espessamento crustal sin-tectônico determinou a instalação de calhas sedimentares no fronte da faixa orogênica, incialmente uma bacia do tipo foredeep, representada pelas rochas do Grupo Conselheiro Mata, e posteriormente bacias flexurais externas (foreland basins) nas bordas da faixa. No final do Mesoproterozóico (~1050 Ma) a faixa orogênica foi palco de uma glaciação de montanhas, registrada pelos depósitos glaciogênicos do Grupo Macaúbas que bordejam a SdEM. Após extenso magmatismo intracontinental (Suíte Pedro Lessa) a SdEM esteve, juntamente com vasta região do Cráton do São Francisco, coberta por um mar epicontinental quando depositaram-se as rochas carbonáticas e clásticas do Grupo Bambuí. A SdEM foi sujeita a movimentos epirogenéticos positivos no final do

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