Revisão bibliográfica sobre dislexia
No que concerne à definição do termo dislexia, não se trata de uma questão consensual, suscitando opiniões contraditórias, e conduzindo a um quadro teórico confuso e diversificado. A contestação da definição dislexia acaba por dificultar o diagnóstico da mesma, já que há muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão.
Em 1968, a Federação Mundial de Neurologia recomendou que o termo fosse aplicado às crianças “que não conseguem ler, apesar de possuírem uma inteligência adequada, receberem instrução convencional e oportunidades socioculturais”. Porém, não significa dizer que todas as crianças que não conseguem ler sejam disléxicas, elas podem estar sofrendo outro transtorno qualquer (emocional, por exemplo) ou pode ter sofrido algum acidente que desencadeou todo esse processo de atraso de fala e dificuldades de escrita e aprendizagem. Além disso, não são levados em conta os sinais positivos da dislexia. Os disléxicos são, em geral, muito inteligentes e conseguem desenvolver muito bem várias atividades relacionadas à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimensões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas. Logo, a insatisfação com esse modelo médico, associada a uma falta de consenso sobre os sinais positivos de dislexia, demonstra que essa perspectiva há muito tem sido rejeitada (SNOWLING, 2004).
Profissionais da área clínica têm adotado uma