Primeira Parte

O Bando da Alimentação se preparava para mais um dia de trabalho, aguardando a chegada do barco de pesca que traria a comida para as gaivotas famintas.
Fernão Capelo Gaivota, diferentemente do restante, treinava e aprimorava o seu vôo. Ele queria usar as suas asas para fazer muito mais do que se deslocar para buscar seu alimento.
Seus pais, preocupados com esse comportamento anormal, o questionavam sobre as suas razões para fazer isso e o alertavam para que ele agisse como uma gaivota comum, que deixasse “os vôos baixos para os pelicanos, para o albatroz” (p. 16). Todos deveriam se unir ao bando durante a próxima época de inverno. Fernão, por amor aos seus pais, obedeceu.
Não demorou muito e Fernão Capelo Gaivota já estava alçando seus vôos novamente, contrariando o pedido dos seus pais. Aprender a voar era o seu maior desejo!
Depois de altos e baixos em seus treinamentos, inclusive evitando uma colisão quase certa com o Bando da Alimentação em uma ocasião, Fernão conseguiu voar a trezentos quilômetros por hora: a máxima velocidade que uma gaivota poderia alcançar!
Era noite cerrada quando Fernão se aproximou ao bando. No seu pensamento, o desejo de compartilhar com todas as gaivotas o seu aprendizado, mostrando a elas que a vida poderia ter muito mais possibilidades se todas voassem como criaturas perfeitas, ao invés de, simplesmente, viver para se alimentar.
Fernão aproximou-se do centro e, ao contrário do que pensava, ouviu o bradar do ancião que