O artigo, Narrativas da Violência: a dimensão micropolítica das emoções, escrito por Maria Claudia Coelho, expõe a violência urbana, exemplificada através de entrevistas realizadas com pessoas que sofreram assaltos em suas residências. Também é focalizado o pensamento, por meio dos sentidos emocionais das vítimas, ocorridos no momento e após o assalto. Para a construção do artigo, Coelho se baseou em duas autoras, referências no campo da antropologia das emoções: Michelle Rosaldo (1984) e Catherine Lutz (1988). Rosaldo expõe, de que forma a cultura influencia no psicológico do indivíduo e revela que “os sentimentos são práticas sociais, estruturadas pelas formas de compreensão e concepção do corpo, do afeto e da pessoa, estas por sua vez culturalmente definidas” (p. 267). Assim como Rosaldo, Lutz também acredita que as emoções são “culturalmente construídas”, e se baseia na concepção euroamericana das emoções (ou “etnopsicologia”). Ambas autoras, focalizaram suas teorias sobre o fenômeno emocional, podendo ser entendidos como corrente “relativista” dos estudos sobre emoções. Além disso, Rosaldo e Lutz acreditam na existência de mais duas correntes: a essencialista, no qual as emoções seriam fatos universais, sendo uma experiência individual, e a historicista, onde as emoções seriam culturais.
Adentrando na dimensão micropolítica dos sentimentos, percebemos relações entre emoção e poder associadas aos grupos sociais. O termo “emoção” presente no artigo remete à