Resenha vigiar e punir, isabel brites

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SUMÁRIO
O trabalho aqui apresentado tem como objetivo trazer uma percepção pessoal do texto “A centralidade de Vigiar e Punir. História da violência nas prisões, na obra de Michel Foucault. Isabel Brites.” No Livro Vigiar e Punir - História da Violência nas Prisões, Michel Foucault, em quatro capítulos (Suplício, Punição, Disciplina, Prisão), nos apresenta não só diversas perceptivas (arqueológicas, cronológicas, genealógicas, antropológicas, sociológicas, etnológicas), como também nos mostra a evolução histórica dos castigos, desde a Idade Média até a Idade Moderna, e adjacentemente, se interroga e nos interroga sobre a própria modernidade, sobre a questão do poder e sobre a questão do saber. No primeiro Capítulo, intitulado como
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É julgada uma entidade “juridicamente não codificável: o conhecimento do criminoso, a apreciação que dele se faz, a relação entre o seu passado e o crime, o que se pode esperar dele no futuro” (id., p. 22). O louco, nessa altura, deveria ser enclausurado e tratado – não punido. Assim, a sentença que condena ou absolve deixa de ser um simples julgamento de culpa, passando a implicar uma apreciação de normalidade ou de prescrição técnica para uma normalização possível. O juiz já não julga sozinho. “Pequenas justiças e juízos paralelos multiplicam-se em torno do julgamento principal” (id., p. 24): médicos, psiquiatras, psicólogos, educadores, peritos vários, “juízes anexos, mas juízes de todo o modo” (ibid.). Um saber, técnicas, discursos científicos, formam-se e entrelaçam-se com a prática do poder de punir. Assim, a evolução das técnicas punitivas e a anatomia política do corpo levam ao aparecimento de novos conceitos e campos de análise. Na segunda parte da sua obra – Punição – Michel Foucault continua esta linha de pensamento e fala-nos do papel relevante assumido pelos reformadores do séc. XVIII, ao mesmo tempo que desmistifica algumas medidas por eles tomadas ou reivindicadas. Primeiro interroga-se, e interroga-nos, sobre se o que efectivamente moveu estes reformadores foi a sua humanidade, a sua maior sensibilidade face aos suplícios, o que

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