Resenha do livro cidadania no brasil um longo caminho

2220 palavras 9 páginas
RESENHA DA OBRA “CIDADANIA NO BRASIL – O LONGO CAMINHO”

O livro, Cidadania no Brasil- O Longo Caminho, escrito pelo professor José Murilo de Carvalho, trata da trajetória da construção da cidadania no Brasil a partir de sua independência, em 1822. Segundo o autor, “tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais” , neste ordem. Esta distinção foi proposta inicialmente por T.A.Marshall. Os direitos civis garantem a vida em sociedade, os direitos políticos garantem a participação no governo da sociedade e os direitos sociais garantem a participação na riqueza coletiva da sociedade. Segundo Marshall, esta seqüência não é apenas cronológica, mas também lógica .
O capítulo em questão, Primeiros Passos
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Todos eles a serviço de angariar votos para eleger seu chefe local. O voto, com isso, tornou-se um ato, ora de obediência forçada, ora um instrumento de troca de favores, ora de lealdade e gratidão ao benfeitor. A compra de votos era uma prática comum e corriqueira e o pagamento feito de várias formas, como: dinheiro, roupas, animais, alimento, etc. O que imperava nas eleições era a corrupção durante e depois delas, pois se o número de votantes não fosse alcançado para determinado pleito, a eleição seria validada assim mesmo pelo “bico de pena”, ou seja, apenas com a caneta .
Em 1881, segundo Carvalho, com a aprovação da nova lei que introduziu o voto direto e facultativo, elevou para 200 mil réis a exigência de renda e proibiu o voto dos analfabetos, houve um retrocesso nos direitos políticos e sociais já que 80% da população masculina e votante era analfabeta. Houve com isso um corte drástico no número de eleitores. Em sua opinião, este retrocesso foi duradouro, mesmo com a proclamação da República em 1889. Além dos analfabetos, os mendigos, as mulheres e os membros de ordens religiosas eram impedidos de votar. Ela exemplifica apontando que na primeira eleição presidencial da Primeira República, em 1894, votaram apenas 2,2% da população . Neste período, a representação política ficava a cargo das oligarquias estaduais formadas pelas elites locais, conhecida como “república dos coronéis” . O coronelismo era a aliança desses chefes locais com os presidentes de

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