Resenha LOURO, Guacira Lopes. Currículo, gênero e sexualidade: refletindo sobre o "normal", o "diferente" e o "excêntrico"

979 palavras 4 páginas
“Novas identidades culturais obrigam a reconhecer que a cultura, longe de ser homogênea e monolítica, é, de fato, complexa, múltipla, desarmoniosa, descontínua”. (p. 3)

A autora volta seu diálogo especificamente para educadores, que com as ideias de provisoriedade, precariedade e incerteza - presentes no discurso contemporâneo - preferem voltar-se para referências seguras, direções claras, metas sólidas e inequívocas. Para muitos, a busca no passado traz certezas e estabilidades que deem um sentido universal e permanente à ação, mesmo que no intenso ritmo de transformações em que vivemos isso ocasione a imobilidade.

Apesar disso, são poucos que negam que a instabilidade e transitoriedade vividas em nosso tempo. Para outros, a opção
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Ir contra a essas padrões é estar posicionado em referências contrárias: do particular, do diferente, instável. E estes sujeitos, se ajustam às mulheres, negros e negras, homossexuais ou bissexuais.
Em coerência com a lógica centralizada, os padrões escolares assumem esta identidade. A noção singular de gênero e sexualidade sustentam currículos e práticas escolares, como consenso que a instituição escolar tem obrigação de basear suas ações regimentadas em um padrão: o adequado, legítimo, o normal e sadio de sexualidade – a heterossexualidade.
Já há algumas décadas o movimento feminista, o movimento negro e também os movimentos das chamadas minorias sexuais vem denunciando a ausência de suas histórias, suas questões e suas práticas nos currículos escolares. (p.5) Contudo, o reconhecimento não passa da própria retórica de ausência, e como resultado, criam-se apenas datas comemorativas, atividades que rememoram “contribuições” destes grupos para a formação do país, eventos representativos, palestras com identidades representantes. Aparentemente, se promove uma inversão de centros, porém o caráter metodológico apenas reforça seu significado marcado como diferente e estranho.

Uma verdadeira desestabilização dessas representações e seus significados acontecerão a partir de uma discussão que problematizará as classificações de tais sujeitos e como se faz presente nas práticas sociais e culturais

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