Relevo jequitinhonha
A estrutura geológica do Brasil é, em grande parte, herdada da Orogênese Brasiliana, evento tectônico que ocorreu no final do Pré-Cambriano (650-550 ma). Os crátons poupados por esse evento foram separados por uma rede de faixas de dobramentos brasilianas. A bacia do Jequitinhonha está inserida numa dessas faixas, a Faixa Araçuaí, uma das mais importantes da margem oriental brasileira. A Faixa de Dobramentos Araçuaí pode ser subdividida em dois domínios estruturais (Ulhein & Trompette, 1993): O domínio externo, que se caracteriza por um metamorfismo da fácies xisto verde a anfibolito e apresenta uma sucessão de zonas com dobras assimétricas e vergência para oeste, separadas por uma zona de cisalhamento dúctil-rúptil, com estrutura homoclinal.
Um domínio interno que se constitui no prolongamento norte do Cinturão Atlântico ou da Faixa Ribeira. Esta região, ao contrário da unidade externa, não possui vergência bem definida. É constituída pelo Complexo Jequitinhonha (Almeida & Litwinski 1984), que apresenta gnaisses kinzigíticos, quartzitos, xistos, calcissilicáticas e inúmeras intrusões de granitóides leucocráticos, que mostram contatos, em parte transicionais com os gnaisses.
A geologia da bacia do rio Jequitinhonha, ao acavalar a Serra do Espinhaço Meridional e a área de embasamento pré-Espinhaço, apresenta todos os elementos representativos da evolução geológica da faixa centro-oriental do Brasil, incluindo as características peculiares da Faixa de