RESENHA - MÍDIA E VIOLÊNCIA
O capítulo apresenta o histórico da reportagem policial no Brasil, a qual costuma ser um dos setores menos valorizados nos editoriais. Demonstra que, de fato, houve avanços, no sentido de que as notícias policiais não estão mais tão carregadas de sensacionalismo, como em outras épocas. Contudo, uma preocupação é se as mudanças no setor verificadas até agora são suficientes e se acompanham a velocidade daquelas registradas na sociedade.
Uma crítica realizada está voltada à superficialidade desse tipo de matéria. Há a exposição de fatos, mas uma escassa apresentação de tendências, de reflexões e de visões de especialistas. Contudo, esse tipo de …exibir mais conteúdo…
Entretanto, a problemática de se relacionar crime e violência com as comunidades mais pobres é apresentada no texto como uma realidade geral, de todos os Estados, ainda que em alguns haja maior facilidade de penetração da imprensa nesses espaços urbanos.
Vários problemas são identificados como facilitadores dessa criação de estereótipos na cobertura de favelas. Um deles está relacionado à exigência de diploma universitário para jornalistas, a partir da década de 70. Com isso, passamos a ter mais jornalistas inseridos na classe média e distantes da realidade das classes mais baixas. Essa distância acaba por gerar uma menor sensibilidade dos repórteres com o sofrimento dos moradores de periferias.
Outro problema está no olhar preconceituoso contra as comunidades mais pobres. A elite não compraria um jornal que tratasse o pobre como “vítima”. Entretanto, os tabloides destinados à classe C, D e E, também retratam estereótipos por estarem vinculados às mesmas empresas que produzem os jornais mais caros para a classe média.
De fato, os maiores índices de violência são registrados nas áreas mais pobres, porém a realidade dessas comunidades não se resume a isso. Uma cobertura mais plural sobre o cotidiano das pessoas que lá vivem seria algo mais verdadeiro e de melhor qualidade.
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