RESENHA DO FILME SHIRLEY VALENTINE

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O que podemos ver no início do filme é que Shirley era uma mulher de padrões domésticos congelados. Isto se deve ao fato de que toda sua vida estava sendo minimizada por sua forma limitada de se ver e de perceber o mundo ao seu redor. O resultado que podía-se esperar então era de uma mulher que vivesse de conformações presentes em seu cotidiano, onde sua história estivesse presa a uma perspectiva de vida pueril, e que aquilo, até então, não a despertava para nenhuma mudança pessoal.
A sua auto-estima também esteve comprometida ao longo de sua história, no enredo. Vários acontecimentos a fizeram crer que sua vida não tinha mais saída, conserto. Logo, mudanças de hábitos ou de atitudes surgiriam de modo improvável, pois tudo aquilo que vivera era uma reprodução automática, principalmente em sua casa, onde seu esposo também vivia da mesma forma, quem sabe até pior. Como conseqüência disso sua autocrítica permaneceu contaminada com os acontecimentos de vida dos outros, o que a fez uma Shirley presa a paredes e concretos da sua casa.
Vimos também que Shirley tinha uma imagem de si que em muitos momentos a deixaram confusa com os comentários que lhe foram feitos. Do início ao fim do enredo são trazidas circunstâncias que lhe faziam pensar em quem realmente ela era e em que pretendia tornar-se depois que refletia sobre o que lhe diziam. Isto lhe confundia muitas vezes, pois acabava por expressar aspectos intrínsecos de sua vida, mas que ainda não tinham recebido a atenção

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