Proposta para uma redacão
Durante o ano de 1995, intensificou-se no Rio de Janeiro a onda de violência e sequestros. Uma das respostas a essa onda de violência foi a Manifestação Reage
Rio, realizada no dia 28 de novembro como um grande ato público a favor da paz. Na semana seguinte, em artigo publicado na página 2 da Folha de S. Paulo, o jornalista
Josias de Souza escreveu a esse propósito:
“O Rio que paga a carreirinha de coca é o mesmo Rio que foge do seqüestro, eis a verdade. Diz-se que a violência vem do morro. Bobagem, tolice.
Como a passeata do Reage Rio, a violência também é obra do carioca bemposto. (...) Dois dos objetivos palpáveis do Reage Rio são o reaparelhamento da polícia e a urbanização das favelas. Erraram de …exibir mais conteúdo…
Nos últimos nove meses, a polícia registrou 6.664 assassinatos no Rio. (Clipping do Estadão,
Destaques de Novembro/95)
2. “Foi um extraordinário marco a marcha no Rio, onde, pela primeira vez, a politização da violência ganhou ares populares. Mesquinho e subdesenvolvido restringir o debate ao número de participantes. Mais importante, muito mais, foi o debate que suscitou e a sensação de que o combate ao crime não é apenas um problema oficial.” (Gilberto Dimenstein, “Chute no Saco”, Folha de S. Paulo, 10/12/95)
3. “Houve uma grande ausência na passeata de terça feira passada no Rio de
Janeiro. Faltou uma palavra mágica, aquela que daria sentido a toda aquela movimentação. (...) A palavra que faltou é: DROGAS. A passeata era contra a violência. Ora, qual a causa magna da violência no Rio, a causa das causas?
Resposta: drogas. (...) A originalidade do Rio está em ter realizado uma passeata
contra a escalada do crime, a incrível escalada que, sob o impulso e o império da droga, ocorre em várias partes, sem dar nome ao problema. E não se deu o nome porque, se se desse, não haveria passeata.(...) O que aconteceria se se anunciasse uma passeata contra as drogas? Muitos não iriam. No mínimo para não parecer careta, ou seja, ridículo. Mas também porque muita gente não é contra - é a favor das drogas. (...) Sendo assim, como fazer uma passeata contra a droga? Melhor é fazê-la contra a ‘violência’ e pela ‘paz’. Quem pode ser contra a paz?”