O localismo e o cosmopolitismo que “condensaram” a tinta para a pena dos escritores José de Alencar e Machado de Assis.[1]

Por Ana Christina Bezerra e Áurea Márcia Rolemberg[2]

Para aqueles que estudaram Literatura Brasileira no período escolar, podem recordar-se da sucessão dos movimentos associados a datas e períodos da nossa história, como se os movimentos literários, de fato, seguissem uma ordem cronológica bem definida, assim como obras feitas por brasileiros, sendo Literatura Brasileira, pois, o Brasil nos primeiros séculos de sua história sempre deu vazão à tradição herdada, por isso mesmo, sempre ficou uma dívida latente com o velho mundo. Apenas para usar de exemplo, podemos citar Bento Teixeira, com sua …exibir mais conteúdo…

O que lhe dá um sentido na história da nossa cultura e ajuda a explicar muitas das suas opções estéticas.” (BOSI,1994.p.137):

Não é negativo porque ninguém inaugura totalmente uma idéia, uma obra, é sempre resultado da assimilação de outros discursos, seja para o escritor concordar ou afrontar as idéias defendidas por outros, ou mesmo, servir de inspiração para ele, trazendo uma energia intelectual que abasteça as aspirações de suas fantasias em uma espécie de coloração do terreiro pátrio. Dito isto, podemos observar onde está Alencar no romantismo brasileiro, ainda segundo Bosi: [...] “mais do que repetir a partição por assuntos dos seus vinte e um romances em indianistas, históricos, regionais e citadinos, conviria buscar o motivo unitário que rege a sua estrutura, e que, talvez, se possa enunciar como um anseio profundo de evasão no tempo e no espaço animado por egotismo radical. Traços ambos visceralmente românticos.”(BOSI, 1994,p137):

Então, o foco dessa questão é o seguinte, Alencar dava substância ao romantismo brasileiro, mas só existia romantismo brasileiro porque existia romantismo estrangeiro (europeu), assim também aconteceu com o Barroco, como no