O kitsch ou a retorização da arte

1449 palavras 6 páginas
Texto de referência: Umberto Eco. “A estrutura do mau gosto”. Apocalípticos e Integrados. Op.cit. ( A biblioteca da FEA dispõe de exemplares do livro; há também cópia do texto no Xerox da FEA)
Valor do exercício: 17 pontos

Responda às questões abaixo:
1-Quais as possíveis explicações etimológicas do surgimento do termo Kitsch?

Em alemão existe um verbo, verbitschen que denotativamente significa “tirar lama da rua”, e, conotativamente, “produzir objetos novos com aparência a de antigos”. Talvez, o sentido conotativo do verbitschen seja a origem do Kitsch. Outra aplicação da origem do termo é a de que diante de turistas americanos na Alemanha que solicitavam aos pintores de Munique um “sketch” (esboço), os pintores passaram a
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Poderá estar empapada de habilidade artística a maneira pela qual torno apetecível uma iguaria, mas a iguaria, efeito de artisticidade, não será arte no sentido mais nobre do termo, enquanto não fruível pelo puro gosto do formar que nela se manifesta, mas sim desejável pela sua comestibilidade. Um vestido que, com sabedoria artesanal, saiba pôr em relevo as graças da mulher que o usa, não é um produto de mau gosto. Consequentemente, se por si só a provocação do efeito não caracteriza o Kitsch, alguma outra coisa intervirá para constituir o fenômeno. E essa alguma outra coisa emerge fundamentalmente dessa mesma análise de Killy, desde que fique bem claro que o trecho por ele examinado tende a propor-se como trecho de arte. E tende a apresentar-se como obra de arte justamente porque emprega ostensivamente modos expressivos que, por tradição, costumamos ver empregados em obras de arte, reconhecidas como tais pela tradição. O trecho citado é Kitsch não só porque estimula efeitos sentimentais, mas porque tende continuamente a sugerir a ideia de que, gozando desses efeitos, o leitor esteja aperfeiçoando uma experiência estética privilegiada. Daí porque, para caracterizá-lo como trecho Kitsch, não só intervêm os fatores linguísticos da mensagem como também a intenção com que o autor a “vende” ao público. Nesse caso, tem razão Broch quando lembra que o Kitsch não diz tanto respeito à arte

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