O conhecimento científico e o senso comum
É somente ela que produz verdades, pois, confiamos plenamente nas receitas e nos remédios prescritos, nos laudos dos exames médicos, nas previsões da meteorologia, nas descobertas da arqueologia, nos cálculos da engenharia para a construção de edifícios sólidos, nos índices e porcentagens das pesquisas das mais diversas áreas. Abandonamos todo o nosso conhecimento prévio e a nossa vivência para aceitar e acreditar plenamente nas certezas produzidas pelo conhecimento científico. A racionalidade científica moderna é pautada na idéia hegemônica da ciência como portadora e produtora de verdades absolutas, e também como fim e meio para solucionar todas as inquietações e problemas da humanidade, estas idéias hegemônicas foram construídas nas relações sociais, para que os indivíduos tomem tais preceitos como verdade. Assim, temos uma percepção muito clara através de nossa vivência cotidiana, que a ciência criou em torno de si uma hegemonia, ela é sempre a última palavra. “(...) a noção de hegemonia, de Antonio Gramsci, é central para a pesquisa crítica. Gramsci compreendeu que o poder dominante do século XX nem sempre é exercido simplesmente pela força física, mas também por meio de tentativas psicológicas sociais de ganhar o consentimento das pessoas para a dominação através de instituições culturais como a mídia, as escolas, a família e a igreja.” (DENZIN,