Norbert Elias e Pierre Bourdieu - figuração e habitus

4739 palavras 19 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CCHLA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA
TEORIA SOCIOLÓGICA II
DOCENTE: LORELY GARCIA
DISCENTE: ELTON BRUNO

Norbert Elias e Pierre Bourdieu: figuração e habitus como explicadores da relação indivíduo e sociedade

Este artigo se ocupará da discussão acerca da polarização já conhecida dentro da sociologia, a saber, a relação indivíduo e sociedade. Para tanto, traremos para o debate dois autores que se debruçaram sobre tal cisão na tentativa de superá-la de modo a demonstrar que são dois pólos indissociáveis: Pierre Boudieu e Norbert Elias. Utilizaremos, então, o conceito de habitus (Bourdieu) e de figuração (Elias) com o objetivo de compreender que essa relação (indivíduo x
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(Marx & Engels, 1999, p. 70)

No que se refere a visão de Durkheim quanto a relação indivíduo e sociedade, este irá dizer que a sociedade funciona como um corpo – em metáfora com o corpo humano –, na qual as partes que o constitui são interdependentes. Nesse caso, o lugar do indivíduo nesse corpo coletivo é bem delimitado e condicionado pelo organismo social. A sociedade não seria a soma das consciências particulares, mas seria resultado da associação dessas consciências na constituição de um novo ser que é independente e que estaria acima dos indivíduos, originando o que ele chama de consciência coletiva. Vejamos o que ele diz:

a consciência coletiva é algo mais que um simples fenômeno de sua base morfológica, da mesma forma que a consciência individual é algo mais que uma simples eflorescência do sistema nervoso. Para que a primeira se manifeste, é preciso que se produza uma síntese sui generis das consciências particulares. Ora, essa síntese tem por efeito criar todo um mundo de sentimentos, de ideias, de imagens que, uma vez nascido obedecem a leis que lhe são próprias (DURKHEIM, 1996, p. 468).

Durkheim irá pensar o indivíduo no interior das sociedades modernas ocidentais, isto é, com um alto grau de diferenciação e especialização de funções. O autor então faz a distinção entre dois tipos de

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