Livro de ouro do carnaval brasileiro - resumo
As pessoas aproveitavam-se dos dias de Carnaval para revelar seus desejos ocultos, acertas contas com os vizinhos, ridicularizar os inimigos, declarar seu amor secreto por alguém e todas essas coisas que fazemos quando perdemos o controle e a censura da vida diária. Cada indivíduo, cada grupo de amigos, cada cidade brincava do jeito que achava melhor, pois, ao contrário da Quaresma, quando tudo era regulamentado pela Igreja, durantes os dias de Carnaval parecia não existir leis, regras, fórmulas e nem nada que determinasse o que se podia, ou se devia, fazer.
Nesse primeiro momento, o Carnaval não é uma festa diferente das outras que aconteciam durante o ano, com seus excessos e descontroles. O que dava o caráter especial ao Carnaval, o que o distinguia das outras festividades, era a grande concentração de brincadeiras num mesmo período, a proximidade com a longa abstinência da Quaresma e o fato de a coisa toda ter dia e hora marcados para acabar, pois á meia-noite da Terça-feira Gorda – ou seja, ao primeiro minuto da Quarta-feira de Cinzas – tudo terminava e o mundo parecia reencontrar seu eixo.
Resumindo, o Carnaval não é o momento específico do ano no qual a vida “vira do avesso” ou “fica de cabeça para baixo”, visto que inversões e exageros não são exclusividades da festa carnavalesca. Como bem definiu a pesquisadora Martine Grimberg no livro Carnavals et Masquerades: “O Carnaval, antes de ser uma festa, é uma data.” Isso quer dizer que não existe uma forma