Livro de ouro do carnaval brasileiro - resumo

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A historia começou no ano de 604 quando o papa Gregorio I deliberou que, num determinado período do ano, os fiéias deveriam deixar de lado a vida cotidiana para, durante um certo número de dias, dedicarem-se exclusivamente às questões espirituais. Todo esse evento durava em torno de quarenta dias, lembrando os quarenta dias de jejum e provações passadas por Jesus no deserte antes de inicar o seu ministério apostólico. Por causa disso o período ficou conhecido com o nome de “quadragésima” ou “quaresma”. A usança foi-se espalhando, até que no ano de 1901, época do papa Urbano II, foi realizada uma reunião dos representantes dos representantes da Igreja – chamada de Sinodo de Benevento – na qual se decidiu, entre muitas outras coisas, que …exibir mais conteúdo…

As pessoas aproveitavam-se dos dias de Carnaval para revelar seus desejos ocultos, acertas contas com os vizinhos, ridicularizar os inimigos, declarar seu amor secreto por alguém e todas essas coisas que fazemos quando perdemos o controle e a censura da vida diária. Cada indivíduo, cada grupo de amigos, cada cidade brincava do jeito que achava melhor, pois, ao contrário da Quaresma, quando tudo era regulamentado pela Igreja, durantes os dias de Carnaval parecia não existir leis, regras, fórmulas e nem nada que determinasse o que se podia, ou se devia, fazer.
Nesse primeiro momento, o Carnaval não é uma festa diferente das outras que aconteciam durante o ano, com seus excessos e descontroles. O que dava o caráter especial ao Carnaval, o que o distinguia das outras festividades, era a grande concentração de brincadeiras num mesmo período, a proximidade com a longa abstinência da Quaresma e o fato de a coisa toda ter dia e hora marcados para acabar, pois á meia-noite da Terça-feira Gorda – ou seja, ao primeiro minuto da Quarta-feira de Cinzas – tudo terminava e o mundo parecia reencontrar seu eixo.
Resumindo, o Carnaval não é o momento específico do ano no qual a vida “vira do avesso” ou “fica de cabeça para baixo”, visto que inversões e exageros não são exclusividades da festa carnavalesca. Como bem definiu a pesquisadora Martine Grimberg no livro Carnavals et Masquerades: “O Carnaval, antes de ser uma festa, é uma data.” Isso quer dizer que não existe uma forma

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