Fichamaneto de "os mestres da verdade na grécia arcaica"

1932 palavras 8 páginas
DETIENNE, Marcel. Os mestres da verdade na Grécia arcaica.

Prefácio

* “É na história grega, do homem grego, que devemos procurar os traços fundamentais que explicam o abandono voluntário do mito, a passagem das estruturas organizadas inconscientes – quero dizer, aquelas que não sabem que são ‘lógicas’, no sentido em que nos procura mostrar (e consegue muitas vezes) Lévi-Strauss – a uma tentativa deliberada de descrever, ao mesmo tempo, o funcionamento do Universo (a razão dos ‘físicos’ jônicos e italianos) e o funcionamento dos grupos humanos (a razão histórica, seja a de um Hecateu, de um Heródoto ou de um Tucídides.” P. 8.

Pierre Vidal-Naquet.

I
Verdade e Sociedade

* “De fato, quando a reflexão filosófica descobre o
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Seu poder resplandece através de seu papel de detentor e distribuidor das riquezas; o rei possui objetos míticos como o velocino de ouro, a cepa de videira de ouro, o colar precioso, que são para ele uma fonte de prestígio; estes talismãs dão prova de sua relação funcional com os desues, garantem seu poder de multiplicar as riquezas. Por virtude própria, o rei favorece a fecundidade do solo e dos rebanhos; distribui generosamente os bens. A função do rei é de oferecer e desfrutar os repastos. Determinadas tradições míticas vão até mais longe: o rei é uma mago, senhor das estações e dos fenômenos atmosféricos. Aquilo que entrevemos da civilização micênica leva-nos a pensar que o tipo de rei cuja lenda perpetua a lembrança, corresponde, no plano mítico, o estatuto da soberania na Grécia micênica.” P. 28-29.

* “Quando o declínio do sistema palacial leva ao desaparecimento da soberania como função absoluta, o Basileus que sucede o Ánax conserva alguns de seus privilégios e, em particular, o de ser senhor da justiça.” P. 29.

IV
A Ambigüidade da Palavra

* “A ‘Verdade’ não é, portanto, inteligível fora de um sistema de representações religiosas: não há Alétheia sem relação complementar a Léthe; não há Alétheia sem as Musas, a Memória, a Justiça. Em um sistema de pensamento em que a ‘Verdade’ não é um conceito, não é possível dissociá-la do louvor, do relato

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