Para realizar o projeto, o arquiteto Borsói considera principalmente as pessoas às quais se destina e as suas circunstâncias sociais, econômicas e culturais. No caso da Comunidade de Cajueiro Seco, o arquiteto depara-se com cidadãos excluídos social e economicamente, mas com um extenso repertório cultural. Diante dessa situação, como atuar para solucionar a reinstalação da Comunidade de Cajueiro Seco? Borsói pode realizar um projeto decidido preliminarmente e individualmente, fixando soluções habitacionais genéricas, para pessoas e condições igualmente genéricas. Mas o faz de outro modo: com um projeto decidido durante o seu processo de realização e coletivamente, apontando soluções habitacionais relacionadas com pessoas e circunstâncias específicas. Assim, embora a situação da comunidade seja de extrema pobreza, pretende-se demonstrar que a sua população tem a capacidade de superar essa limitação através dos seus próprios conhecimentos e possibilidades. O arquiteto adota a postura de propulsor desse processo, que deve ser assumido pelos próprios habitantes. Para tanto, é necessário que esses habitantes tenham tanto condições técnicas como materiais para promover o processo. Por isso é fundamental que eles o dominem em todas as suas instâncias, e assim garantam a possibilidade de atuar com autonomia3. Desta maneira o arquiteto está transferindo às pessoas a possibilidade de transformação da sua própria realidade. Borsói afirma que essa postura surge "pela constatação de que