Aprisionado pelos ponteiros de um relógio: o caso de um transtorno mental desencadeado no trabalho1

681 palavras 3 páginas
Aprisionado pelos ponteiros de um relógio: o caso de um transtorno mental desencadeado no trabalho 

“Carlos trabalhou durante cinco anos em um estacionamento, localizado em um edifício, em regime fixo noturno, com uma jornada de 12 horas, em dias alternados. Ele controlava a entrada e a saída de veículos, mas era também sujeito a um tipo de controle especialmente rígido: a cada 25 minutos, deveria acionar um relógio, caso contrário, o mesmo emitiria um sinal e o traço deste sinal poderia ser recuperado pelo supervisor, configurando sua ausência naquele momento. Este instrumento de controle parece o ter afetado, profundamente, deixando sequelas importantes que permanecem e parecem se agravar. Atualmente, durante suas crises noturnas,
Carlos só consegue se acalmar após “acionar” um relógio desenhado na parede do seu quarto, simulando o gesto que fazia, repetidamente, durante todas as noites dos cinco anos em que trabalhou naquele condomínio. ”






“As buzinas e campainhas, especialmente, pelo seu efeito cumulativo;
O risco de ocorrência de colisões, seja pela desobediência dos usuários às regras de
Funcionamento da garagem, seja por erros cometidos pelo porteiro;
Finalmente, o medo do desemprego, que reforçou os impactos negativos dessa organização do trabalho.
Mesmo quando percebeu que estava adoecendo,
Carlos não conseguiu abandonar o emprego por medo de colocar em risco sua subsistência e a de sua família.” “

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