Aprisionado pelos ponteiros de um relógio: o caso de um transtorno mental desencadeado no trabalho1
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Aprisionado pelos ponteiros de um relógio: o caso de um transtorno mental desencadeado no trabalho “Carlos trabalhou durante cinco anos em um estacionamento, localizado em um edifício, em regime fixo noturno, com uma jornada de 12 horas, em dias alternados. Ele controlava a entrada e a saída de veículos, mas era também sujeito a um tipo de controle especialmente rígido: a cada 25 minutos, deveria acionar um relógio, caso contrário, o mesmo emitiria um sinal e o traço deste sinal poderia ser recuperado pelo supervisor, configurando sua ausência naquele momento. Este instrumento de controle parece o ter afetado, profundamente, deixando sequelas importantes que permanecem e parecem se agravar. Atualmente, durante suas crises noturnas,
Carlos só consegue se acalmar após “acionar” um relógio desenhado na parede do seu quarto, simulando o gesto que fazia, repetidamente, durante todas as noites dos cinco anos em que trabalhou naquele condomínio. ”
“As buzinas e campainhas, especialmente, pelo seu efeito cumulativo;
O risco de ocorrência de colisões, seja pela desobediência dos usuários às regras de
Funcionamento da garagem, seja por erros cometidos pelo porteiro;
Finalmente, o medo do desemprego, que reforçou os impactos negativos dessa organização do trabalho.
Mesmo quando percebeu que estava adoecendo,
Carlos não conseguiu abandonar o emprego por medo de colocar em risco sua subsistência e a de sua família.” “
Os