Análise da personagem paulo honório da obra são bernardo, de graciliano ramos
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
CURSO: LICENCIATURA PLENA EM LETRAS/PORTUGUÊS
ARTIGO CIENTÍFICO
*VALDIRENE OLIVEIRA MACHADO
*Acadêmica do 06ª bloco do curso de Licenciatura Plena em Letras/Português da Universidade Estadual do Piauí.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma análise da personagem Paulo Honório da obra São Bernardo, de Graciliano Ramos, enfocando não só o seu papel na narrativa como narrador, mas também como personagem, a ambição do mesmo para crescer como uma pessoa forte e poderosa e a duplicidade temporal que ocorre no decorrer da obra. A obra também em destaque problematiza o homem do período de trinta, considerando a presença da ditadura militar, cujas incertezas são …exibir mais conteúdo…
Ao contrário de outros romancistas de 30, Graciliano Ramos jamais teve qualquer nostalgia do universo em derrocada das velhas oligarquias rurais. Analisou a realidade de onde procedia com aspereza, mesmo sendo descendente, tanto pelo lado materno como pelo paterno, de senhores latifundiários. Isso se deve, provavelmente, à clareza de suas idéias. E também a experiências infantis frustrantes dentro da sociedade patriarcalista que aguçaram-lhe a sensibilidade para as misérias de um sistema injusto e apodrecido.
A obra de Graciliano Ramos
Em sua obra está presente a vida dotada de forte densidade humana, resultante de sua experiência pessoal, conforme se pode constatar tanto em Infância e Memórias do Cárcere, como na ficção regionalista Caetés, São Bernardo e Vidas Secas, para onde o romancista transpôs o sertão nordestino com sua gente sofrida seus cenários e seus tipos.
Observemos a afirmação de Antonio Cândido, Ficção e Confissão, In: São Bernardo, 1972.
Para ler Graciliano Ramos, talvez convenha ao leitor aparelhar-se do espírito de jornada dispondo-se de uma experiência que se desdobra em etapas e, principiada na narração de costumes, termina pela confissão das mais vividas emoções pessoais. Com isto, percorre o sertão, a mata, a fazenda, a vila, a cidade, casa, a prisão, vendo fazendeiros e vaqueiros empregados e funcionários, políticos e vagabundos, pelos quais passa o romancista,