Amar, desamar, amar: congruências e incongruências do amor em “Eu sou foda!” de Hermes Leal.
2438 palavras
10 páginas
Amar, desamar, amar: congruências e incongruências do amor em “Eu sou foda!” de Hermes Leal.Hortência Lianna da SILVA
Palavras iniciais
Diversos sentimentos, ou melhor, sensações me ocorreram ao ler esse fantástico livro de Hermes Leal. A começar pelo título “Eu sou foda!”... Até parece que o livro dialoga conosco e já vem carregado de autoconfiança e nos diz: eu sou foda! Só pode ser um bom livro... Confesso que de início não pude deixar de chocar-me com as imagens e linguagens usadas por aquele narrador... Mas, logo fui mergulhando naquele mundo obscuro e triste... Acima de tudo triste de um adolescente que se esconde atrás das drogas e da sua autoconfiança.
Considerado por alguns Críticos como sendo “O Romeu e Julieta” dos tempos modernos “Eu sou foda! A história de Cide e Alice” é um romance genial que nos faz mergulhar em ambientes imundos, levando-nos a conhecer o universo sombrio da mente humana.
A história de Cide e Alice
“Que pode uma criatura senão entre criaturas amar?”
(Amar, Carlos Drummond de Andrade)
Cide, 18 anos, é um adolescente de classe média que está vivendo diversos conflitos. Filho de pais repressores que o criticam a todo o momento (principalmente o pai, um aliciador de menores inescrupuloso), Cide sente-se sufocado, o ambiente em que trabalha (uma locadora, que fica no posto de gasolina do pai) nos aparece como um lugar imundo em todos os sentidos, o ar é carregado de impurezas tóxicas e morais. Cide é apresentado como um