A topologia do ser e a geopolítica do conhecimento: Modernidade, Império e Colonialidade
Nelson Maldonado-Torres O autor centra-se essencialmente no que ele denomina de esquecimento da colonialidade. Este artigo divide-se em três secções, em que na primeira secção o autor propõe uma abordagem entre a ontologia de Martin Heidegger, e a ética metafísica de Emmanuel Lévinas, na segunda secção o autor apresenta um apanhado teórico da colonialidade, relacionando-o com a modernidade e fazendo uma distinção entre esta perspectiva critica e teoria critica que abrange o global. Na terceira secção o autor propõe uma alternativa à política da identidade ocidental. O autor identifica concepções análogas noutros pensadores ocidentais, sobretudo, Negri, Habermas e Derrida. Ao projecto da busca das raízes, com os seus pressupostos racistas, ele opõe uma visão crítica, inspirada em Fanon, que sublinha o carácter integrante da colonialidade. O autor conclui com um apelo a uma diversidade radical e uma geopolítica do conhecimento descolonial.

1. Entre Atenas e Jerusalém: Heidegger, Lévinas e a Busca de Raízes
Na perspectiva de Heidegger “a questão do significado do ser representava a resgate de um ponto de partida radical, caindo em esquecimento devido a tradição da metafísica ocidental. Este ponto de partida fornece os meios para responder à crise da modernidade, pois proponha uma posição filosófica indicadora de modos alternativos de ser e agir.” (Pp340)
Segundo Nelson