A imagem da mulher na letra da música Ai! Que saudades da Amélia

906 palavras 4 páginas
A IMAGEM DA MULHER NA LETRA DA MÚSICA:
AI! QUE SAUDADES DA AMÉLIA
Marisa Beilke Jung
Desde a infância os indivíduos são educados de forma a assumir os papéis sociais culturalmente condizentes a cada sexo, através dos brinquedos, das vestimentas, dos comportamentos, etc, que podem sofrer variações de acordo com a cultura, com o tempo e com o período histórico no qual o individuo está inserido. É através da educação familiar e social que aprendemos a diferenciar as coisas pertinentes aos meninos e as meninas.
Portanto, já no contexto infantil, inserem-se as questões de gênero, compreendidas diferentemente do sexo biológico do individuo, pois estão diretamente relacionadas às relações e papéis sociais que cada individuo, de acordo com
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Nestas sociedades patriarcais, a educação da mulher estava diretamente relacionada aos afazeres domésticos, ou prendas domésticas, pois não existia um sujeito feminino que pudesse se revelar através da educação.
Durante muito tempo, a mulher era considerada objeto de manipulação e dominação, inserida em uma sociedade onde os valores a definiam em seus únicos e possíveis papéis de mãe, esposa e filha. Neste sentido, ao ouvirmos a música: “Ai! Que saudades da Amélia”, composta por Mário Lago e Ataulfo Alves, em 1941, imaginamos uma mulher envolta por utensílios domésticos, atendendo aos filhos e ao marido que, deitado no sofá, assisti seu jogo de futebol, ou seja, Amélia passou a ser concebida como estereótipo de mulher submissa ao poder masculino, resignada, calada, incapaz de reclamar das dificuldades da vida, voltada para os afazeres domésticos e ao cuidado da família.
Com o processo de transformações sociais e políticas que emergiram com a revolução industrial, a mulher passa a assumir dupla função, além de ser responsável pela realização dos afazeres domésticos impostos culturalmente pela sociedade patriarcal, que ainda estava em voga, passou a assumir seu papel no campo do trabalho remunerado, nas fábricas e indústrias, muitas vezes, de forma subalterna, substituindo o trabalho masculino e ganhando baixos salários. Esta inserção da mulher n o trabalho acaba acarretando em uma nova realidade econômica e dando base para

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