Universidade do Minho
Sociologia da Educação e Profissão Docente
Professor Manuel António Ferreira Silva

“A escola e a exclusão”

A elaboração desta reflexão teve como conteúdo o artigo “A escola e a exclusão” de François Dubet, traduzido para português. Trata-se de um artigo publicado no ano de 2000/2001, originalmente em francês na revista Éducation et Sociétés, n.5. Decidi refletir sobre este texto porque sou docente na Escola profissional de música de Mirandela, onde a realidade de transformar alunos excluídos em alunos de sucesso tem lugar desde a sua fundação em 1990. Lecciono ainda no Projeto Orquestra Geração, onde crianças indicadas como socialmente desfavorecidas tem oportunidade de aprender música e de partilhar os …exibir mais conteúdo…

Esta baseia-se na oferta escolar para todos, sendo um factor de igualdade de oportunidade e de justiça, diminuído a descriminação social. No entanto, segundo o modelo de reprodução a natureza escolar produz desigualdades, que resulta em desigualdades sociais. Concluiu-se que é evidente a influência dos diplomas ao acesso do emprego, intensificando e aumentando o valor que estes acarretam. Portanto, o diploma aumenta a exclusão escolar, isto é, a selecção escolar encaminha alunos mais fracos para trajectórias menos qualificadas, o que aumenta a probabilidade de desemprego, por outro lado, os diplomas mais elevados oferecem protecção referente ao desemprego. 2

Por estas razões, é importante falar dos mecanismos da exclusão social. Primeiramente é relevante referir que a massificação escolar não é uma oferta igualitária e não tem a mesma eficiência. Segundo Dubet, o primeiro mecanismo de distinção é “o desenvolvimento de percursos construídos muito mais de acordo com os critérios de desempenho que segundo escolhas de orientação verdadeira e com os “gostos” dos alunos”. Neste mecanismo observa-se que os alunos com menos sucesso escolar são direccionados para diplomas menos qualificados; outro mecanismo é a formação de classes homogéneas, estas enfraquecem os alunos mais fracos, ou seja, os alunos favorecidos socialmente dispõem de maiores recursos para o sucesso e são também privilegiados por conjuntos de