Ética na política: o papel do eleitor da imprensa e os políticos
Introdução
A crise política sem fim e sem precedentes sugere algumas reflexões sobre o problema da ética na política. Nenhuma profissão é mais nobre do que a política porque quem a exerce assume responsabilidades só compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade política só se justifica se o político tiver espírito republicano, ou seja, se suas ações, além de buscarem a conquista do poder, forem dirigidas para o bem público, que não é fácil definir, mas que é preciso sempre buscar. Um bem público que variará de acordo com a ideologia ou os valores de cada político, mas o qual se espera que ele busque com prudência e coragem. E nenhuma profissão …exibir mais conteúdo…
A ação política deve se desvencilhar também do chamado “realismo político”. Originada da legitima busca da conquista da autonomia e especificidade da esfera Política em face das outras esferas (Moral, Direito etc), bem como protegê-la dos caprichos pessoais e destituído de compromisso e responsabilidade social de quem governa e/ou dirigi, tende a dar lugar ao chamado realismo político (ou política realista), qual seja, assegurar certos objetivos sociais a qualquer preço, sejam quais forem os meios necessários para tanto. O realismo político, portanto, remete os compromissos morais para a esfera puramente privada, em contraste com a Política,que seria da esfera puramente pública e sem interdependência direta com a Moral. O realismo político subtrai dos atos políticos qualquer avaliação moral, visto que os fins lhe imporia iniciativas socialmente necessárias e os resultados concretos lhe emprestariam a legitimidade política (não necessariamente Moral). Todavia, esta atitude não permite que a Política possa adquirir eficácia, visto que para tanto ele deve adquirir legitimidade ou, em plano mais profundo, consenso em um sentido Ético. As suas formas podem ser a centralização e o autoritarismo político, a carência de publicidade na prática política etc.Legitimidade e consenso em um sentido Ético implica reconhecer e tratar todo indivíduo como ser humano, que portanto