Politica

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    • O Plebiscito Impossível. Treze más razões para opor-se à Alca e uma boa para dizer não

      Circula na Internet um documento anônimo, mas cuja autoria fica evidente pelo seu conteúdo, intitulado “Plebiscito: Treze razões para dizer não à Alca”, que pretende oferecer argumentos para que o cidadão brasileiro recuse, num hipotético plebiscito nacional, um possível acordo hemisférico envolvendo 34 países das Américas, a Alca. Sua autoria é obviamente de opositores da Alca, cujo objetivo seria o de obter uma estrondosa rejeição, por parte do eleitorado brasileiro, desse ainda incerto acordo, mas a versão que recebi, transcrita in fine, não comporta assinatura dos responsáveis por sua redação ou responsabilidade intelectual por sua divulgação.

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    • O Poder e a Glória: a questão das assimetrias no sistema internacional

      A noção pura de assimetria se refere a diferenças estruturais, que podem ser naturais ou adquiridas. No sistema internacional, o conceito aparece geralmente associado a conotações negativas, que se traduzem nos famosos diferenciais de poder político ou de poder econômico que separam os países do mundo. Essas assimetrias costumam dividir os países em um grupo restrito de nações poderosas – as superpotências –, um outro grupo intermediário de potências médias – que poderiam ser chamados de países emergentes, aqui com diversas qualificações – e, finalmente, o resto, isto é, países menores e sem grande peso na comunidade internacional, em termos políticos, econômicos ou demográficos.

      (Adicionado: 2ªf Set 18 2006 | Visitas: 135 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • Onde foram parar os manifestos econômicos de oposição?

      A frente de batalha está calma, a fumaça, o fragor e o cheiro de pólvora já se dispersaram, já não se vêem tantos mortos e feridos como anteriormente e os combatentes se retiraram por falta de munição ou, talvez, por falta de argumentos. Sim, estamos falando não de uma guerra verdadeira, não de um conflito bélico, ou sequer de uma contenda eleitoral, mas tão simplesmente de um enfrentamento ideológico, a formidável “batalha de idéias” que, durante praticamente dois anos, ocupou os corações e mentes de tantos militantes da causa, de tantos propugnadores de soluções fáceis para questões complexas, o combate em torno das posições de política econômica do governo atual.

      (Adicionado: 2ªf Set 18 2006 | Visitas: 139 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • A globalização e seus benefícios: um contraponto ao pessimismo

      O debate em torno do processo de globalização no Brasil (se de fato ele existe) tem sido singularmente marcado por uma espécie de unilateralismo conceitual, no qual o fenômeno tende a ser geralmente caracterizado de modo negativo, como se ele tivesse a capacidade de concentrar, de um lado, todos os vícios sociais e todas as torpezas morais do capitalismo realmente existente, sendo-lhe, na outra ponta, creditadas muito poucas virtudes econômicas, se alguma. Paradoxalmente, tudo se passa como se um pensamento único dominasse esse debate de idéias, impedindo de fato a expressão de argumentos não conformes a essa visão negativa do processo. Contrariamente ao que parece acreditar a coalizão dos altermundialistas – que poderiam ser identificados, à falta de melhor termo, como antiglobalizadores – não há, nem nunca houve, uma expressão uniforme e singular dos argumentos, forças ou grupos que se posicionam, de forma moderada ou aberta, em favor desse processo propriamente indomável e incontrolável (e que eles, de maneira errônea, identificam como representando um vago “consenso de Washington”).

      (Adicionado: 3ªf Set 05 2006 | Visitas: 177 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • A indiscutível leveza do neoliberalismo no Brasil: uma avaliação econômica e política da era neolibe

      Segundo vários críticos do “capitalismo realmente existente” no Brasil, o País estaria vivendo, desde o início dos anos 90, sob um regime “neoliberal”. Não partilho dessa opinião mas, para todos os efeitos práticos, vamos admitir que isso seja verdade. Em outros termos, teria ocorrido, na história econômica brasileira recente, um corte fundamental – epistemológico, diriam velhos adeptos do althusserianismo – entre, de um lado, o que vem sendo pregado, adotado e realizado em termos de políticas econômicas há aproximadamente uma década – ou seja, abertura econômica, liberalização comercial, privatizações, retirada do Estado de velhos monopólios (nem tão velhos assim, pois que criados, em sua maior parte, a partir dos anos 60), interdependência financeira, negociação de acordos comerciais, admissão de investimento estrangeiro em setores anteriormente reservados unicamente ao capital nacional etc. –, isto é, tudo o que se costuma designar por “políticas neoliberais”, e, de outro lado, o que se tinha e conhecia anteriormente como políticas e práticas do regime “normal” do capitalismo brasileiro no século XX: restrições comerciais e protecionismo, lei do similar nacional, lei de reserva do mercado para informática, ausência de patenteamento para medicamentos e biotecnologia de forma geral, impedimentos constitucionais ao investimento direto estrangeiro em vários setores, enfim, o que se conhece na literatura corrente como "desenvolvimento econômico com autonomia nacional e preservação da soberania".

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    • Florestan Fernandes e a idéia de revolução burguesa no pensamento marxista brasileiro

      Itinerário teórico-prático da revolução burguesa no Brasil A idéia de revolução burguesa é consubstancial ao próprio desenvolvimento do marxismo no Brasil, conhecendo seus momentos de ascensão teórica ou de declínio prático, de projeção exclusiva no establishment intelectual ou de concorrência com outros modelos analíticos típicos da academia, pari-passu aos progressos teóricos ou percalços práticos da ideologia marxista no País. Essa noção perpassa grande parte da produção intelectual situada no campo teórico do marxismo, alcançando seu ponto máximo, enquanto “tipo-ideal” da conceitualização marxista sobre o desenvolvimento capitalista brasileiro, na obra do sociólogo Florestan Fernandes. O sociólogo paulista foi um dos mais brilhantes representantes do marxismo acadêmico no Brasil, elevando a interpretação marxista da história brasileira a um plano certamente elevado de conceitualização, sobretudo com o clássico A Revolução Burguesa no Brasil.

      (Adicionado: 3ªf Set 05 2006 | Visitas: 177 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • Ideologia da política externa: sete teses idealistas

      A reflexão irônica de Napoleão – já imperador, solidamente instalado no comando de seu império europeu e exercendo plenamente o poder – era dirigida, não sem ironia e desdém, contra aqueles que começavam a ser designados, segundo a expressão então cunhada por Destutt de Tracy, pelo conceito de ideólogos. Para Napoleão, esses litterati nouvelle manière – que de maneira otimista ou ingênua, acreditavam que poderiam influenciar a política dos príncipes – viviam concebendo grandes projetos de reforma da sociedade sem qualquer embasamento na realidade ou sem atender um mínimo compromisso com a coerência.

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    • Um intercâmbio acadêmico: a cultura da esquerda em questão

      O debate acadêmico é sempre bem vindo, porque necessário à dimensão crítica do trabalho intelectual e mesmo indispensável para o avanço da racionalidade, stricto sensu, de todo e qualquer esforço analítico. A produção em circuito fechado é freqüentemente autista e auto-enganadora. Por isso, apenas posso saudar que este “espaço acadêmico” tenha, pela primeira vez, acolhido uma legítima resposta a um de meus artigos, no caso o texto de Robinson dos Santos, intitulado “‘Milk-shake’ indigesto ou sete equívocos de uma crítica à esquerda?: Réplica a Paulo de Almeida”, publicado no número 48, de maio de 2005. De fato não foi a primeira reação a texto meu – houve um caso anterior de comentários a minha dissecação da ideologia afro-brasileira, por acaso por um ítalo-brasileiro, como eu, o que certamente não diminuiu em nada o valor dos argumentos –, mas este foi o primeiro de modo explícito e direto. Como o editor ofereceu-me a possibilidade de réplica à réplica, pretendo nestes curtos parágrafos submeter o texto de meu comentarista a uma análise de forma e de substância.

      (Adicionado: 3ªf Set 05 2006 | Visitas: 179 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • A cultura da esquerda: Sete pecados dialéticos que atrapalham seu desenvolvimento

      Faço parte daquilo que poderia ser classificado, à falta de melhor definição, como “cultura de esquerda”, algo suficientemente disseminado no Brasil para obrigar-me aqui a maiores elaborações sobre seu conteúdo específico. Talvez eu devesse dizer que pertenço hoje bem mais à “cultura” do que à “esquerda”, et pour cause: adjetivos desse tipo, one-sided, são em geral reducionistas ou simplificadores e os maniqueísmos que usamos na vida corrente não estão adaptados aos matizes da realidade e a uma visão abrangente dos processos sociais, sempre complexos em sua totalidade. Dicotomias como “esquerda” e “direita” são partes de um todo, mas relutam em abrigar as particularidades que não se encaixam em seus moldes pré-concebidos.

      (Adicionado: 5ªf Ago 24 2006 | Visitas: 161 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • A educação de Maurício Tragtenberg . (Depoimento pessoal sobre um método político-pedagógico)

      Contrariamente à assertiva de Henry Adams, autor da mais famosa autobiografia (escrita na terceira pessoa) publicada no século XX, Maurício Tragtenberg – doravante referido apenas como MT – tinha por hábito dizer tudo o que pensava. Ele também costumava pensar tudo o que dizia, assim como expunha claramente e defendia publicamente suas idéias, ainda que também tendia a acreditar que os conceitos são, efetivamente, escorregadios e que o pensamento pode ser “viscoso”, ou pelo menos inercial. Como muitos pensadores originais, vários elementos de sua contribuição intelectual encontram-se dispersos em muitos escritos de caráter aparentemente “objetivo”, mas sempre impregnados de reflexões pessoais e de referências a seu próprio itinerário de “produtor de idéias”.

      (Adicionado: 5ªf Ago 24 2006 | Visitas: 166 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • A ética na (e da) política: Existe alguma diferença entre a esquerda e a direita?

      Reflexões sobre a questão da ética na política e as possíveis distinções ideológicas entre a esquerda e a direita no trato da coisa pública. A lógica do poder não parece fazer muitas distinções entre esquerda e direita no que ser refere a questões morais como o uso da máquina pública e a falta de transparência no controle dos partidos políticos.

      (Adicionado: 5ªf Ago 24 2006 | Visitas: 160 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar
    • Dois anos de “Carta ao Povo Brasileiro”. De volta a um documento de ruptura

      Introdução a um documento paradigmático O dia 22 do mês de junho de 2004 marcou, com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ocupando a presidência da República desde 1º de janeiro de 2003, os primeiros dois anos da “Carta ao Povo Brasileiro”, um documento singular na história recente do Brasil. Com efeito, nela, um líder político brasileiro, candidato a presidente, propõe um pacto com o povo, assumindo solenemente uma série de compromissos que, um mês depois, em 23 de julho de 2002, seriam confirmados no documento “Compromisso com a soberania, o emprego e a segurança do povo brasileiro” (todos os documentos da campanha do PT de 2002 encontram-se disponíveis no link: http://www.lula.org.br/obrasil/documentos.asp).

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    • Economistas Voláteis e Juízes Malucos: dois males do Brasil contemporâneo (I)

      Nos tempos de Monteiro Lobato e de Mário de Andrade, os males do Brasil pareciam mais simples e eram, talvez, até mesmo mais prosaicos: as saúvas, a febre amarela, o bicho do pé e, quem sabe, aquela preguiça macunaímica que nos distanciava da ética calvinista do trabalho. Aparentemente era um número reduzido de questões a serem resolvidas, quando, na verdade, elas constituíam por si sós, todo um programa de governo ‑ que digo. um imenso problema de Estado ‑ capaz de assustar qualquer candidato a Hércules em busca de novos trabalhos impossíveis.

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    • O que deu errado?: uma parábola eleitoral

      What Went Wrong?, para os que acompanham esse tipo de literatura, é o título de um aclamado livro (publicado no final de 2001) do orientalista americano Bernard Lewis, que se dedica a explorar o impacto do Ocidente nas sociedades do Oriente Médio. O famoso estudioso das sociedades árabo-islâmicas discute a incapacidade destas últimas em realizar seu aggiornamento. De fato, os países da região não foram capazes de operar sua adaptação bem sucedida aos requisitos da modernidade tecnológica, cultural, científica e política, processo experimentado pelo Ocidente a partir do século XV e que o levou a dominar (e de certa forma a humilhar) as sociedades do arco islâmico.

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    • Os doze trabalhos da boa governança

      Nestes tempos em que atitudes éticas e posturas responsáveis são, não apenas necessárias mas, absolutamente indispensáveis para guiar a conduta dos homens públicos (e mulheres idem) e para inspirar, pelo exemplo, os que estão empregados nesse imenso setor do terciário que tem a ver com a chamada res publica, decidi retomar reflexões antigas (mas nem por isso menos úteis) e alinhar num papel – eufemismo para a tela do computador – algumas simples regras de boa administração dessa “coisa pública”. As reflexões surgiram em primeiro lugar no contexto da transição política no Brasil – área na qual outras considerações já foram consolidadas em meu livro A Grande Mudança: conseqüências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex, 2003) – mas elas podem ser vistas como “atemporais” e não determinadas geograficamente.

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