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Adriana Calcanhoto pergunta em uma bela canção para quê servem as canções. Utilitáriamente nada, talvez. Servem ,como as crianças, para nosso deleite. Poderia perguntar também para quê servem os poemas. Para nada, também, de um ponto de vista prático. Podem até ser nocivos, diria um cultor de Platão .Mas eu penso que escrever poemas pode ser um exercício diário de compreensão do dia e da vida, e mesmo um exercício de transformação, da vida e de quem escreve. Escrever poemas é uma pequena magia, com truques,regras, uma tradição respeitável , embora esteja longe atualmente do centro do palco das artes. Ocupa um lugar limítrofe em relação à música e ao romance ou o cinema. Mas um lugar de poder. Desde que aprendi a manusear um microcomputador o hábito que me vem da adolescência de escrever mudou-se num diálogo cotidiano com uma lista de amigos que às vezes comentam o que escrevo por correio eletrônico ou nos encontros na cidade.
(Adicionado: 2ªf Fev 23 2009 | Visitas: 79 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarEl niño. Para Edméia. Kali. Lira dos Quinze Anos. Auto-ajuda. Oração. Conversa íntima. Tiago. Farrapo hegeliano. Forever. Anúncio. Teu último poema. Quarta – Feira. Elegia fúnebre. Este e-book reúne poemas do segundo semestre se 2002. Relendo-os percebo a intensidade com que vivi aquela época, muito amargurado pela separação da Estelita mas já dando um balanço em outras relações também muito fortes, embora de natureza distinta. São poemas domésticos no sentido de que seu espaço é recatado e íntimo. Gosto deles por sua retórica, seu humor e por desenhar um período no qual, se não fosse a companhia da Anna, eu estaria perdido nos desertos corredores da universidade. Dedico-os, pois, à Anna e aos meus filhos, que sempre foram meus melhores amigos. Se desejar enviar estes poemas a um amigo, faça-o livremente.
(Adicionado: 3ªf Fev 10 2009 | Visitas: 108 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarEste e-book reúne poemas escritos entre 2002 e 2003. Foram anos marcados pela minha separação da Estelita que se confirmava, pela enfermidade da Nádia, mas também pela atenta e delicada presença de Josilene, com quem fazia terapia. Outros amigos importantes foram Osni, com quem conversei em momentos críticos, sempre buscando sua sabedoria. Nessa época conheci também Rosana, uma pessoa cuja importância futura eu não avaliava, e meu filho Gabriel tornava mais firme sua relação com a Ale. Como se pode ver meus melhores amigos são mulheres, talvez por um motivo simples que a Nádia salientou um dia: as mulheres conversam. São também mais informais e criativas, e agradeço a todas as que citei na forma desses poemas. Tive também amigos caros, como Mariano, Demian e Tiago, pessoas fortes, às vezes fortes demais para mim. Mas meus maiores amigos são meus filhos. Como um pai inveterado, construí uma concha com meus filhos, meus amigos, defendendo-me do mundo ou pelo menos dosando minha exposição a ele. Mais tarde surgiriam outras figuras muito queridas, mas estas ficaram. Estes poemas são assim extremamente pessoais e graças a isso tornaram-se, em geral, leves e até engraçados. Isso foi bom para uma pessoa que viveu tantos momentos deprimentes ao longo da vida. Agradeço a Ednilson Pedroso, ao Bruno e ao Lucas por digitarem e organizarem este livrinho, que pode ser passado adiante sem problema.
(Adicionado: 3ªf Fev 03 2009 | Visitas: 121 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarEstes poemas foram escritos antes de 2000, não sei bem quando. Naquela época eu escrevia de forma menos obsessiva do que hoje. Achava escrever importante, mas não tinha um tema central muito definido. Hoje meus poemas são mais exaustivos e coerentes. Sinto que minha vida caminhou para alguns impasses e que eles representam minha luta interior de todos os dias . Estes poemas antecipam um pouco do que veio depois. Alguns estão muito bem escritos, uma virtude que perdi. Hoje faço poemas como um pedreiro levanta um muro. Naquela época eu era um pouco mais sutil. Dedico estes poemas aos amigos de fases importantes da minha vida como Renato Cury, Edméia, Nádia Raggio, Tiago e Márcio Robert. Agradeço ao Ednilson e a Bruno pela editoração dessas folhas.
(Adicionado: 4ªf Jan 28 2009 | Visitas: 131 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarNeste modesto sobrado do Bairro Alto Fiz meu forte Saio pouco O mundo não é lugar ameno Para se sair sem bons motivos Os amigos me telefonam Mas evitam fazê-lo demais Trago todavia a porta sempre aberta Se entrares farei para nós café com conhaque E misturaremos poetas piratas e monges em longa trela Se passares ao largo e na madrugada E vires uma sacada acesa onde um homem fuma absorto Saiba que sou eu e que vou bem
(Adicionado: 4ªf Jan 28 2009 | Visitas: 115 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarNascido em Faro, em 1924, António Ramos Rosa é um dos mais acarinhados poetas portugueses contemporâneos, e com toda a justiça. Faz parte de uma constelação de grandes visionários da palavra que nos têm dado a nós, portugueses, e também a povos de outras línguas, alguns dos mais importantes exemplos da excelência e beleza da nossa lírica - Natália Correia, Mário Cesariny de Vasconcelos, Eugénio de Andrade, Herberto Helder, para citar alguns. Foi em Faro que António Ramos Rosa publicou o primeiro livro de poemas, "O grito claro", em 1958. Aí foram editadas as revistas Árvore (1951-53), Cassiopeia (1955) e Cadernos do Meio-Dia (1958), que dirigiu, até as publicações terem sido interrompidas pela censura. Nessa fase importante, criou amizade e companheirismo com outro grande poeta, Casimiro de Brito, que ainda dura. é importante esta fase inicial porque António Ramos Rosa, com as revistas, estava a criar dispositivos de autonomia literária e independência do sistema. Uma revista que nos pertence é diferente daquela de cuja direcção e aceitação do nosso trabalho estamos dependentes. As revistas não duraram muito tempo, mas o facto de a censura ter aparecido em cena prova que a independência de espírito dos autores dava os seus frutos e que a sua presença se fazia sentir de várias maneiras, e não apenas no espaço literário. A obra de António Ramos Rosa é muito vasta e variada, dentro e fora da literatura e do país. Dentro e fora da literatura, porque também se dedica ás artes visuais, não só como ilustrador, mas expondo em galerias de arte. Dentro e fora de Portugal, porque está traduzido em vários países, sobretudo de língua francesa e castelhana.
(Adicionado: 4ªf Dez 31 2008 | Visitas: 152 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarA tradução portuguesa de "As Minas de Salomão" foi revista por Eça de Queiroz1. Empreendi a leitura na expectativa de matéria enriquecedora de quanto já tenho escrito sobre naturalistas-exploradores em África, em particular Francisco Newton. E consciente de que a fronteira entre literatura científica e Literatura não é tanto de meios como de fins. A questa das Minas de Salomão decorre algures no interior do sul de África, e tem como ponto de partida o facto de o primeiro explorador a penetrar nelas ter sido um português, D. Pedro da Silveira, no século XVI. Esse conhecimento transitou para um parente, José da Silveira, fazendeiro de Lourenço Marques, sob a forma de um mapa riscado num pano de linho com o próprio sangue do seu antepassado. Graças ao mapa, foi possível aos ingleses alcançar, três séculos mais tarde, as fabulosas minas de diamantes que permitiram decerto a Salomão construir o Templo. Delas sobrariam construções em pedra, como a Estrada de Salomão que a elas conduzia, e uma caverna cheia de tesouros, que os ingleses redescobem com o íntimo gáudio de terem assim passado á frente dos portugueses.
(Adicionado: 4ªf Dez 31 2008 | Visitas: 153 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarA teoria gramsciana e os paradigmas em relações internacionais. Hegemonia e sistema internacional. Hegemonia. Sociedade civil. Ideologia. Intelectuais. Contra-hegemonia. L'ordine. Gramsci e o Brasil - aplicação e repercussão. Gramsci e o Brasil - hegemonia e literatura. Este estudo norteia-se pelo conceito gramsciano de hegemonia, a fim de estabelecer bases para uma análise da literatura brasileira no contexto dos fluxos internacionais de cultura, a partir do exame de um caso particular. O desenvolvimento deste conceito por Gramsci tem como ponto de partida certos problemas que eram identificados por ele na difusão cultural na Itália de seu tempo, entendidos como problemas não apenas estéticos, mas também sociológicos. Assim, compreender a perspectiva gramsciana a respeito da relação entre hegemonia e literatura significa entrar em um debate que envolve um grande número de questões de ordem sociológica, como a determinação das identidades culturais e o problema das ideologias, segundo a interpretação dada por Gramsci ao materialismo histórico. É na perspectiva aberta por essa interpretação que se insere esta monografia, que procura realizar um estudo das relações entre cultura e política, tomando como caso o autor brasileiro Moacyr Félix.
(Adicionado: 3ªf Dez 30 2008 | Visitas: 152 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarHerberto Helder é um poeta fascinado pelo poder encantatório da linguagem, decorrente do uso ritual da palavra. Disso dou conta no meu livro, "Herberto Helder, Poeta Obscuro" (1). Maria Lúcia dal Farra fá-lo também, no ensaio "A Alquimia da Linguagem (2). Tem de haver uma predisposição afectiva, uma conivência com o sagrado, ou o símbolo não passaria de cântaro vazio, incapaz de nos tocar. Porém não é obrigatório que esse mundo mágico decorra de uma opção religiosa do poeta ou da sua filiação em alguma sociedade iniciática. Como diz Alexandrian. "O pensamento mágico é inerente ao inconsciente, o pensamento pragmático resulta do consciente. A filosofia oculta é de todos os tempos porque ela sistematiza o pensamento mágico que cada um transporta em si, quer o aceite, quer o negue, quer o cultive, quer o reprima. Este pensamento mágico aparece sem entraves na fabulação infantil, no sonho e na neurose" (3). Alexandrian esquece-se, nesta passagem do seu ensaio, de dizer que o pensamento mágico também é inerente ás obras de arte, caso das aparecidas com o Surrealismo, movimento de que ele é um dos mais clássicos historiadores, e Herberto Helder um dos representantes. Di-lo-á sem dúvida noutros passos, a menos que entenda a arte como sócia da efabulação infantil, da neurose e do sonho, e neste caso é com toda a razão que entende, e nada de novo como o Surrealismo, para o comprovar.
(Adicionado: 3ªf Dez 30 2008 | Visitas: 131 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarPreâmbulo. O gaio método. Pesquisa bibliográfica. Comparação de textos e análise. Verificação de factos e reconstituição histórica. Errata. A pesquisa sobre o bloco de cobre insere-se no projecto de investigação dos dois autores, Ciência extraordinária: espécies críticas e supercríticas, de que já foram apresentados resultados (Guedes & Peiriço). O seu objecto é o discurso das gralhas, escrita híbrida ou gaia ciência, que corresponde a um registo criador no discurso científico, expresso através de gralhas, incongruências, etc., e não é mais do que a linguagem das aves alquimista. Se não existisse esse trabalho anterior, que exigiu o estabelecimento de um método analítico, a história do bloco de cobre seria para nós apenas um acervo de disparates, devidos á incompetência e ignorância dos pobres sábios do século XVIII e seguintes.
(Adicionado: 3ªf Dez 30 2008 | Visitas: 120 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarRichard Khaitzine, autor com ascendentes russo-judaicos, tem-se dedicado sobretudo á exegese de textos literários, na sua qualidade de iniciado e na qualidade iniciática desses textos. é o caso de livros sobre o Capuchinho Vermelho e Peter Pan, ou de La Langue des Oiseaux, em que vários escritores são analisados, entre eles Georges Perec, invocado abaixo no extracto que fazemos do livro "Da Palavra velada á Palavra perdida - Franco-Maçonaria e Alquimia". O autor estudou também Fulcanelli, alquimista com o qual revela afinidades. A principal é esta: Khaitzine e Fulcanelli são (para mim) os dois únicos alquimistas que escrevem de forma inteligível, mesmo usando a língua das aves ou quando discorrem sobre ela. O discurso alquímico é geralmente uma barragem intransponível de palavras, das quais nenhum eco de sentido nos chega ao ouvido, nenhum foco de referente nos ilumina o olhar, porque se exprime num código cerrado daquilo a que correntemente chamamos símbolos. Com a agravante de aquilo a que chamamos símbolos não apontar nunca para um referente só, sim para muitos, o que torna inviável a compreensão dos textos, mesmo quando estamos familiarizados com as palavras, caracteres, imagens ou sinais simbólicos. Uma coisa é o símbolo num dicionário deles, outra, muito diversa, o símbolo em acção num contexto literário ou laboratorial. Daí que vários laboratórios, e de mestres, não de aprendizes, tenham ido pelos ares, no curso de experiências levadas a termo infausto por má selecção dos referentes de símbolos análogos talvez a carvão, salitre e enxofre.
(Adicionado: 3ªf Dez 30 2008 | Visitas: 113 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarO pôr do sol. O sensível e o inteligível. Totemismo e pensamento selvagem. Mito e música. O poético. O ensaio analisa o papel da arte na abordagem de Lévi-Strauss da cultura, enfatizando o modo pelo qual um determinado tipo de expressão artística, a poesia, poderia ser colocada no conjunto das preocupações estruturalistas em antropologia. Palavras-chaves: estruturalismo, lingüística, literatura, cultura, arte, poesia. Pode parecer paradoxal afirmar que o homem que mais fez para transformar a antropologia numa ciência dedicada á busca de leis lógicas, racionais e universais, tenha tido igualmente uma grande sensibilidade para o universo da produção artística, suposto reino da subjetividade - império das emoções. Para dissipar esse paradoxo bastaria, entretanto, Olhar, escutar, ler, o mais recente livro de Lévi-Strauss sobre alguns dos principais artistas e intelectuais franceses dos últimos séculos. Neste livro, a dimensão estética da cultura (pintura, música, literatura, mitologia, arte primitiva etc.) ocupa o primeiro plano numa harmonia impecável com a teoria e método do estruturalismo que consagraram Lévi-Strauss ao longo de sua vigorosa carreira como etnólogo.
(Adicionado: 2ªf Dez 29 2008 | Visitas: 110 | Colocação: 9.00 | Votos: 1) AvaliarEm 1992 publiquei o meu primeiro trabalho de História das ciências, sobre uma espécie famosa de Cabo Verde: uns lagartos ainda hoje estudados por cientistas de todo o mundo. A história envolve celebridades em vários campos, basta mencionar Napoleão. Fiz um levantamento de textos que falavam dos lagartos, e dispunha assim de um corpus muito significativo. Apercebi-me da existência de contradições, incongruências, e em especial dei-me conta de que a nomenclatura científica variava e apresentava erros de ortografia. Concluí que os cientistas eram um bocado tontos, coitados, e além disso eram ignorantes, não sabiam latim.
(Adicionado: 4ªf Dez 24 2008 | Visitas: 117 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarGaetano Passarelli esteve em São Cristóvão, antes de publicar Irmã Dulce: o anjo bom da Bahia, em 2003. Na ocasião, garimpava informações sobre a estada da religiosa no Convento de Nossa Senhora do Carmo, entre fevereiro de 1933 e agosto de 1934. Lembro da entrevista concedida pela Irmã Hilária, da Santa Casa de Misericórdia, a respeito do seu convívio com a Irmã Dulce, quando ela ainda se chamava Maria Rita Lopes Pontes. Foi nesse momento que tomei conhecimento de que a Irmã Dulce escrevera cartas e memórias sobre a quarta cidade mais antiga do Brasil. Recentemente, recebi as transcrições que Adelita Pitanga executou a partir do epistolário de Irmã Dulce. Escrevo para compartilhar a descoberta e adiantar as primeiras impressões. Como dado geral, ou crítica externa, convém salientar que o epistolário é composto de três cartas manuscritas, arquivadas nas Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador. Dada sua importância, cópias escaneadas foram anexadas ao "Processo Histórico de Beatificação de Irmã Dulce", que tramita no Vaticano desde junho de 2001.
(Adicionado: 4ªf Dez 24 2008 | Visitas: 100 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarSegunda-feira, oito da noite. Os primeiros que chegavam iam juntando mesas e ordenando cadeiras em um grande círculo. Pouco tempo depois, cerca de 30 pessoas - homens e mulheres - se acomodavam em torno da mesa, abrindo seus livros de literaturas. Começava a Tertúlia Literária Dialógica da Escuela de Educación de Adultos La Verneda de San Martín. [1] Durante duas horas, este grupo formado por pessoas com idade variável entre 50 e os 85 anos entrecruzavam as idéias e narrativas expostas nas obras literárias de diferentes autores com as histórias de suas vivências e os acontecimentos cotidianos, materializando um processo de educação de adultos focalizado na participação, superação da desigualdade, inclusão e mudança, via aprendizagem dialógica[2]. Por seis meses participei, como voluntária, desses processos sócio-educativos. Tentei, de maneira plural, conciliar uma postura de pesquisadora/observadora participante, marcada pela objetividade e pela alteridade com a de "aprendiz", caracterizada por relações simbólicas e subjetivas, enunciadoras de uma nova identidade. Não tive pretensões de respostas precisas sobre as minhas questões de investigação: que aprendizagens ocorrem nos processos educativos promovidos pelas tertúlias literárias? será que os procedimentos adotados nessa atividade educativa possibilitam a transformação e a inclusão do indivíduo, previstas nos seus objetivos? A incerteza faz parte da trajetória de construção do objeto de investigação, do próprio objeto de conhecimento. (Fialho, 1983)
(Adicionado: 2ªf Nov 10 2008 | Visitas: 119 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar15 Anteriores | Próximos 15 |