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A Irlanda sempre foi um lugar de vida dura, de muito trabalho e esforço para se tirar do solo pedregoso o imprescindível à sobrevivência. E, além disso, ó raramente gozou de autonomia. É um católico, São Patrício, e não um herói celta, seu patrono. Tal vez por causa disto, todo setembro, em Rathcroghan, eram realizadas festividades que se estendiam da segunda quinta-feira do mês até a terça-feira seguinte. O costume, neste dias, era que ninguém poderia ir para a cama com fome. Os ricos eram obrigados a colocar algumas de suas reservas de alimento à disposição dos remediados, estes deveriam servir ao populacho que, então, fartava-se como sabia que apenas o faria no ano seguinte. Na terça-feira, ao pôr do sol, anunciava-se: "A alegria terminou!" (The feast is over!). Na quarta-feira tudo voltava ao normal: os miseráveis voltam a utilizar cinzas para condimento, pois não podiam pagar o preço do sal. Esta frase, "A alegria (a festa, a farra) terminou" levou-me a considerar que, ainda que miseráveis, os irlandeses sabiam que a alegria coletiva voltaria no ano seguinte.
(Adicionado: 5ªf Set 11 2008 | Visitas: 76 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarEm que pese o fato de séculos terem se passado desde a derrocada do mundo antigo e a crítica do teocentrismo medieval pelo pensamento moderno, a completa superação de algumas dascategorias centrais da ontologia tradicional, apesar de já efetivada no plano da teoria, ainda não foi absorvida e conscientemente integrada ao processo de reprodução da sociabilidade contemporânea. Pensamos, em especial, na relação entre historicidade e as categorias de essência e fenômeno. Eventos desse tipo -- a incapacidade de a humanidade assimilar genericamente avanços já efetivados por indivíduos -- são freqüentes na história. Neste caso específico, as processualidades alienantes2 da vida cotidiana sob a regência do capital jogam papel decisivo. Ao fim e ao cabo, tais alienações são as mediações que articulam, por um lado, a produção incessante do novo (em escala e intensidade crescentes) que caracteriza a reprodução da sociabilidade contemporânea com, por outro lado, a necessidade desta mesma sociabilidade restringir aos parâmetros do capital as novas potencialidades, que ela mesmo faz surgir, para o desenvolvimento do para-si do gênero humano.
(Adicionado: 4ªf Set 10 2008 | Visitas: 69 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarO artigo aborda o carnaval gay realizado em determinados territórios de Florianópolis, como praias, bares, boates e também numa rua do centro da capital, tendo como base central a ocupação destes espaços e a sociabilidade que neles tem lugar. Realiza-se desta maneira um estudo da homossexualidade brasileira, mas por via de uma territorialidade, em vez de se centrar a análise numa suposta identidade homossexual comum a homens e mulheres que se relacionam afetiva e sexualmente com pessoas de seu próprio sexo. Através de um levantamento histórico e bibliográfico, de conversas informais e da observação participante, compreende-se este carnaval gay como a dramatização de uma vivência homossexual no Brasil, particularmente na capital catarinense, e suas possibilidades de reterritorialização para sujeitos que possuem um histórico de vidas desterritorializadas por conta de sua orientação sexual.
(Adicionado: 4ªf Set 10 2008 | Visitas: 72 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarPodemos educar para ser solidários? É ético nosso cérebro? Somos egoístas ou cooperadores? Responder a estas três perguntas implica , sobretudo, proceder uma análise - ainda que com caráter de generalidade - sobre as bases neuronais do comportamento social, moral e ético-jurídico. É o que trataremos de fazer ao longo deste artigo. E começaremos recordando que o peso das adaptações filogenéticas no desenvolvimento da conduta moral do ser humano parece estar fora de qualquer discussão em toda teoria social normativa com traços de seriedade, coerência e consistência. A evolução da conduta moral não é apenas o resultado da adaptação ao meio ambiente material, tal como pressupôs Engels em ensaio publicado em 1876. Também implicou a seleção de atributos que determinaram o sucesso nas interações entre os membros da mesma espécie.
(Adicionado: 4ªf Set 10 2008 | Visitas: 65 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarNa manhã de 27 de abril de 1937, morre na Itália Antonio Gramsci. Até aquele momento, um indivíduo sinônimo de militância política claramente contrária ao regime fascista. No período que ficou preso, sob ordens diretas de Benito Mussolini, Gramsci se tornou símbolo da luta contra a opressão em várias partes do mundo. Diversos movimentos político-culturais saíram numa ampla campanha pela sua libertação. Até o momento de sua morte, pouco se sabia da sua extensa produção teórica efetivada nos quase 11 anos de reclusão. Somente a partir de 1948, com a primeira edição italiana dos Quaderni del Carcere, o mundo começa a conhecer de fato o trabalho intelectual do, agora sim, importante teórico das Ciências Humanas. Ainda que Gramsci tenha produzido exaustivamente no período pré-carcerário, em diversos jornais e revistas, será somente com a publicização de suas reflexões desenvolvidas na prisão que seu nome passará a ser sinônimo de um respeitável autor das diversas áreas do conhecimento.
(Adicionado: 4ªf Set 10 2008 | Visitas: 77 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarNo fatídico dia 11 de setembro, Osama Bin Laden, a mais significativa figura do terrorismo mundial, foi responsável pela morte de mais de quatro mil e seiscentas pessoas, com a destruição do World Trade Center, em Nova York. Na Europa, nos últimos trinta anos, ocorreram onze atentados contra aviões e aeroportos. No último, explodiram, no ar, dois aviões Tupolev, ambos haviam decolado de Moscou, oitenta e nove pessoas morreram. No Brasil, as coisas não são muito diferentes, em São Paulo, trinta policiais civis e militares foram mortos pela facção criminosa denominada de Primeiro Comando da Capital, o maior chefe da organização, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como “Marcola”, ao ser chamado pelo Delegado Godofredo Bittencourt e instado a interromper a matança, respondeu: “Não, eu não posso fazer parar isso . . ., a ordem já foi dada . . ., eu posso entrar numa delegacia e matar um policial, mas um policial não pode entrar na cadeia e me matar, pois é obrigação do estado me proteger”.
(Adicionado: 4ªf Set 10 2008 | Visitas: 68 | Colocação: 10.00 | Votos: 1) AvaliarNeste momento histórico, em que os paradigmas teóricos que criticam a ordem do capital e as políticas neoliberais são revisitados, este livro representa o despertar de novos olhares e o florescer de novas perspectivas de luta para os que vivem e teorizam os movimentos sociais. Pensamento crítico e movimentos sociais: diálogo para uma nova práxis, pode ser visto como uma luz na escuridão, pois possibilita uma viagem no tempo histórico das lutas vivenciadas pelo povo latino-americano na conquista da liberdade e autonomia, em que a força expressiva encontra-se centrada na cultura dos povos indígenas e negros, que não permitiram o domínio da alma. Ao contrário, fizeram pulsar neste continente o sangue da liberdade e da emancipação contra o colonizador e o imperialismo, que teimam, sob diversas formas, aterrorizar a fim de homogeneizar e dominar uma população que já nasceu livre.
(Adicionado: 4ªf Set 10 2008 | Visitas: 61 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarRESUMO: O artigo tem por objetivo expor os nódulos ontológicos essenciais da categoria social da reprodução, como delineados na obra póstuma de Gyorgy Lukács Per una Ontolologia dell' Essere Sociale. No momento em que a maior parte dos pensadores descarta a ontologia como ultrapassada metafísica, em que a quase unanimidade dos especialistas eleva a epistemologia e o positivismo a "doutrinas quase oficiais", Lukács ocupa os últimos anos de sua vida escrevendo Para uma Ontologia do Ser Social. Quais as razões que levaram Lukács, em um período em que a ontologia passa a ser tão desconsiderada, a pesquisar a reprodução social enquanto categoria ontológica?
(Adicionado: 4ªf Set 10 2008 | Visitas: 65 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarAlgumas reflexões sobre saúde e doença na modernidade - O caso do "Homossexualismo". Este artigo parte da premissa de que o indivíduo da modernidade, construído a partir da filosofia política do século XVIII, senhor absoluto dos direitos de igualdade e liberdade, não dispõe de tamanho poder no que concerne ao seu corpo físico. Considerar as possíveis relações entre o individualismo e a biomedicina, nos permite observar com outros olhos as questões mais contemporâneas que envolvem os debates sobre sexualidade e direitos reprodutivos, principalmente no que se refere à homossexualidade e ao aborto. O presente trabalho tem por objetivo abordar a construção da homossexualidade no Ocidente e as implicações dos conceitos de saúde e doença nessa história que se fortalece no século XIX, mas que começa a ser cunhada a partir da Revolução Industrial do século XVIII. Se o desenvolvimento da biomedicina na era moderna se dá por um controle cada vez mais preciso dos corpos, potencialmente perigosos à ideologia liberal-capitalista, é através de movimentos em torno da corporalidade que essa ideologia tem sido questionada, invertida ou renovada, no sentido de subverter ou construir novas formas de controle.
(Adicionado: 2ªf Set 01 2008 | Visitas: 71 | Colocação: 10.00 | Votos: 1) AvaliarA crise em que estamos mergulhados é tão profunda nas conseqüências e tão extensa no tempo, que se converteu em uma crise sui generis: ao invés dos pulsos destrutivos como na crise de 1929, temos o que Mészáros denomina de um continnum. Passou a ser a forma de reprodução do sistema do capital na época da "produção destrutiva"(Mészáros:1995). O nosso modo de vida, e a reprodução de nossa sociedade, incorporou a crise como se ela fosse um dado natural. O resultado dificilmente poderia ser outro: aos poucos nos tornamos insensíveis às suas conseqüências mais cruéis, à crescente perdularidade do sistema, à destruição voraz do planeta e ao embotamento da vida cotidiana de todos e de cada um de nós. Um quadro como este apenas é possível porque vivemos no período contrarevolucionário mais longo desde que as revoluções surgiram como fenômeno social – eisto não se deu há muito tempo. A primeira revolução foi a Inglesa do Século XVII, mas a primeira que mostrou ao mundo do que exatamente se tratava foi a Grande Revolução Francesa, que se estendeu de 1789 a 1815. Foi apenas a partir dela que os homens reconheceram, em escala social, a história como o resultado de suas ações. E foi este fato, ao fim e ao cabo, lembremos, que possibilitou a Hegel a descoberta da história enquanto processo e, a Marx, a descoberta do homem enquanto o demiurgo de sua própria história. Desde a Revolução Francesa, não houve nenhum outro período no qual o capital se tornou tão hegemônico e tão plasmado à vida cotidiana como nos últimos trinta anos. Nunca antes a humanidade se comportou tão homogeneamente como se "não houvesse alternativa" ao capital.
(Adicionado: 2ªf Set 01 2008 | Visitas: 75 | Colocação: 9.00 | Votos: 1) AvaliarNovas perspectivas a velhos desafios. A educação ao longo da história da humanidade tem tido várias acepções, variando em suas concepções filosóficas e ideológicas, adquirindo ressonância diferenciada nos diversos contextos políticos, sociais, econômicos e culturais, daí decorre duas visões a cerca da educação, a funcional e a crítica. Tais perspectivas apresentam tendências pedagógicas, corporificando o fazer didático e sua expressão no currículo escolar, indicando as concepções político-ideológicas de quem às planeja e executa. De modo que para a efetivação de uma pedagogia crítica da educação se assinala a necessidade de envolvimentos dos atores educativos com os movimentos da sociedade, sejam sociais, políticos e culturais. Numa visão funcional, a educação é vista como “a ação exercida pelas gerações mais antigas sobre os que ainda não estão prontos para a vida social”. (DURKHEIM, 1967, p. 41). Nessa perspectiva a educação é denominada de formal e se insere em um contexto de uma prática institucionalizada, planejada, sistemática, objetivada a dar respostas científicas a determinados fenômenos sociais.Comenius (1592-1670) na obra “Didactica Magna” (1657), indica as bases para uma educação universal, a partir da didática vista como a “arte de ensinar tudo a todos. Atribui à educação um caráter de disciplina autônoma, cabendo-lhe a unidade entre engajamento social e consciência científica. Contudo, sua pedagogia é impregnada de uma forte conotação ético-religiosa para a formação do “homem virtuoso”, indicando para isso a necessidade de professores dotados de um bom método de ensino. Assim, o sucesso escolar para Comenius, reside no “método único”, chave metodológica da repetição. “Embora as escolas sejam diferentes, não se ensinam porém matérias diferentes, mas sempre as mesmas de maneira diversa, ou seja, todas aquelas coisas que podem tornar os homens realmente homens”.
(Adicionado: 2ªf Set 01 2008 | Visitas: 74 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarTodo professor de ética, ou de filosofia jurídica, moral e política seguramente já se encontrou em alguma ocasião assediado e angustiado pelas inquietudes de estar ensinando algo que tem pouco a ver com o “mundo real”. A oportuna , cuidadosa e por vezes necessária distinção entre ser e dever-ser leva, com frequência , a este particular tipo de esquizofrenia. Por exemplo, um assunto em especial faz com que isso suceda com certa e virtuosa reiteração: o problema da desigualdade social. De fato, a constância com que se fala da desigualdade social faz com que nos olvidemos de acentuar o fato empírico de seu acelerado crescimento, de expor suas causas e origens, de ponderar suas consequências e, mais ainda, de refutar as falsas e falaciosas justificações ideológicas oferecidas pelos habituais peritos em legitimação. Na mesma medida, também nos esforçamos em esquecer e/ou dissimular o fato de que a desigualdade - seja lá de que forma seja medida – parece galopar de maneira desregrada e sem rendas tanto a escala planetária como local, tanto em países pobres como nos ricos. Com efeito, já faz algum tempo que, sobre essa questão, se rebaixou o nível do social, do ético e do esteticamente tolerável. A extrema desigualdade está fazendo desse nosso mundo um lugar instável, reprovável e feio: nunca na história da humanidade houve tão poucos ricos e nem tantos pobres tão pobres.
(Adicionado: 2ªf Set 01 2008 | Visitas: 69 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarO artigo analisa alguns documentários produzidos no Brasil, dos anos 60 aos 90, mostrando a utilização de um modelo de edição conhecido por “modelo sociológico” que do cinema foi adotado pela mídia televisiva como padrão de reportagem. O trabalho sugere, por outro lado, a existência de um modelo, que se mantém paralelamente em documentários reconhecidos como alternativos ou inovadores, não marcado pela voz off, que pode ser denominado de “modelo etnográfico”, comum em documentários como os do cineasta Eduardo Coutinho, que ao não apostar em personagens pré-determinados mostra-se perturbador e reflexivo.
(Adicionado: 2ªf Set 01 2008 | Visitas: 64 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarUma humanidade articulada em um processo histórico que abarca a vida de todos os homens resultou, não em existências genéricas ricas e multifacetadas, mas sim em individualidades solitárias e amedrontadas. O fundamento deste paradoxo está na mercadoria plenamente explicitada: o fetichismo e a reificação fazem com que as pessoas deixem de encontrar nas outras pessoas a substância autenticamente humana de que carecem. Perdem, então, as suas raízes genéricas e só lhes resta constituir suas identidades a partir delas próprias. A pobreza deste patamar de individuação é um fator importante para que a luta de classes explicite a sua forma mais bárbara: o conflito armado "despolitizado" da propriedade privada dos marginais contra a propriedade privada do status quo. Os centros urbanos, criações do mundo burguês, vão se dissolvendo em um mar de indivíduos solitários, amedrontados e violentos: é a etapa superior do individualismo burguês correspondente à crise estrutural do capital.
(Adicionado: 2ªf Set 01 2008 | Visitas: 67 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) AvaliarPara um amplo setor do Serviço Social, aquele tem por referência as chamadas obras com «intenção de ruptura», o debate acerca das políticas públicas tem, de algum modo, como pano de fundo uma perspectiva revolucionária. Na maior parte das vezes ela é indicada por eufemismos, tipo «transformação radical da sociedade», outras vezes é citada explicitamente como busca por uma «sociedade emancipada» ou «socialista». O Código de Ética da profissão, como demonstrou Lúcia Barroco em sua tese de doutoramento(Barroco,1997), tem na superação do capitalismo um dos seus referenciais mais importantes. Nenhuma profissão é um todo homogêneo e, entre os assistentes sociais, há disparidades entre a sua liderança intelectual e os setores mais diretamente envolvidos com o ensino ou com a atuação no interior dos órgãos estatais. Há, ainda, a presença de uma vertente mais conservadora, que adota os limites do capital por horizonte histórico — contudo, apesar de todos esses problemas, além do Serviço Social, qual outra profissão traçou como finalidade, expressa no seu Código de Ética, a superação do capitalismo?
(Adicionado: 6ªf Ago 29 2008 | Visitas: 79 | Colocação: 0.00 | Votos: 0) Avaliar15 Anteriores | Próximos 15 |